
O Espírito Santo exportou em 2024 apenas 74 produtos dos 694 isentos das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump a mercadorias brasileiras, anunciada na quarta-feira (30).
Estes produtos, que estão na lista de exceção das tarifas, representam 47,1% do total comercializado com os Estados Unidos, país que recebeu 28, 6% das exportações capixabas em 2024.
Dentre os produtos comercializados pelo Espírito Santo, pedras de cantaria, celulose, minério de ferro e ferro fundido. Já aço, granitos trabalhados, mármores, travertinos, café e produtos de café ficaram de fora da lista de exceções.
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) informou, por meio de um comunicado divulgado à imprensa, que enxerga a situação com preocupação, uma vez que, segundo a federação, a indústria capixaba tem enfrentado diversos desafios desde o anúncio do tarifaço, em 9 de julho.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Observatório Findes, 81% das empresas respondentes, majoritariamente do setor de rochas ornamentais, tiveram exportações aos Estados Unidos canceladas ou suspensas no período de 21 a 29 de julho.
Segundo o presidente da federação, Paulo Baraona, as tarifas representaram um choque econômico para as indústrias e o momento não deve ser de retaliação, mas de encontrar formas de mitigar os impactos da medida.
“A Findes entende que o tarifaço dos EUA representa um novo ‘choque econômico’ mundial, agravado por um cenário global cada vez mais protecionista. Porém, agora, mais do que nunca, é preciso pensar no que vem a seguir e a articulação estratégica para mitigar os efeitos sobre a economia local será fundamental nesse processo”, afirmou.
Ainda segundo Baraona, a federação seguirá em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com o Comitê de Enfrentamento do governo estadual para encontrar meios de reverter os impactos da medida para o Espírito Santo.
“E continuará monitorando os desdobramentos do caso, mobilizando sua estrutura técnica e institucional para apoiar as indústrias capixabas na avaliação dos impactos e na construção de alternativas que possam preservar empregos, investimentos e a competitividade do setor produtivo do Espírito Santo”, disse.