O Governo do Estado o Plano Safra 2024/2025, com a meta de aplicar R$ 9,8 bilhões em crédito rural, um novo recorde para o ES. O anúncio foi feito em um evento com a presença de autoridades e produtores rurais na manhã desta segunda (4) no Palácio Anchieta. A nova edição do plano também inaugura uma linha inédita de financiamento para construção de barragens, bem como a ampliação de linhas específicas para cadeias produtivas impactadas pelo tarifaço dos Estados Unidos.
“Estamos colocando à disposição quase R$ 10 bilhões em crédito rural. Isso mostra um Estado organizado, com instituições fortes e políticas públicas estáveis“, afirmou o governador Renato Casagrande. O Espírito Santo registrou crescimento de quase 26% na aplicação de crédito no último ciclo, enquanto o Brasil recuou 11,2%.
Segundo o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, a nova edição do plano direciona crédito de forma estratégica. Nesse sentido, prioriza cadeias como a cafeicultura, a pesca, o gengibre, o mamão e as especiarias, que foram impactadas pelo novo pacote tarifário norte-americano.
98% das nossas exportações de pescado, por exemplo, têm como destino os EUA. Por isso, vamos dar um apoio especial ao setor com crédito subsidiado.
Enio Bergoli, secretário de Estado da Agricultura
O vice-governador Ricardo Ferraço destacou que o volume de crédito ofertado só é possível graças à articulação entre Estado e instituições financeiras. “Um programa como esse não é colocado de pé pelo setor privado. Isso revela a importância de um governo organizado, que transforma recursos públicos em ferramentas de desenvolvimento”, disse.
Financiamento para barragens no Plano Safra
Entre as inovações do plano está a criação de uma linha de crédito exclusiva para a construção de barragens em propriedades rurais, com juros de 4% ao ano para a agricultura familiar e carência de três anos. Ou seja, o objetivo é ampliar a capacidade de armazenamento de água e preparar o Estado para períodos de estiagem.
“Água é o principal insumo da agricultura e vivemos em um Estado com dois terços do território com balanço hídrico negativo”, explicou Enio Bergoli. Nesse sentido, o financiamento será de até R$ 150 mil para barragens de até 5 hectares, com recursos do Tesouro Estadual. “É uma linha fantástica, que permite plantar, colher e só depois começar a pagar”, completou o secretário.
O plano projeta 47,1 mil contratos e uma ampliação do uso de instrumentos como Cédulas de Produtor Rural (CPRs) com meta de R$ 1,7 bilhão em operações. Ou seja, trata-se de um título representativo de promessa de entrega de produtos rurais emitida por produtores, suas associações e até mesmo cooperativas. “Se somarmos o crédito subsidiado e os mecanismos complementares, estamos falando de R$ 11,5 bilhões em apoio ao agro capixaba”, concluiu Bergoli.