No Espírito Santo, a produção de ovos é coisa séria. E gigante. O Estado produz cerca de 1,4 bilhão de ovos por mês, e movimenta nada menos do que R$ 3,3 bilhões por ano, segundo a Associação dos Avicultores do Espírito Santo (AVES). O setor mantém o Espírito Santo como o quarto maior produtor de ovos do país, com crescimento anual acima da média nacional. Nesta sexta-feira, Dia Mundial do Ovo, o dado ganha ainda mais sabor.
A força dessa cadeia começa no coração das montanhas capixabas. O município de Santa Maria de Jetibá responde por 91,3% da produção estadual e segue como a cidade que mais produz ovos no Brasil, segundo o IBGE. O município mais pomerano, com clima ameno e tradição agrícola, abastece mercados de norte a sul do Brasil. Além disso, também lidera a produção de ovos de codorna no país, outro título de peso para a economia local.
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A avicultura capixaba é exemplo de produtividade com tecnologia. Quase 93% das granjas utilizam sistemas automatizados. Isso garante eficiência e qualidade.
Os números impressionam. Por mês, saem das granjas 1,19 milhão de caixas de ovos de galinha e 240 mil caixas de ovos de codorna. Isso significa milhões de unidades chegando diariamente às mesas. A produção cresceu 13,24% em 2024, impulsionada por avanços genéticos, melhorias de manejo e nutrição. Ou seja, mesmo com desafios logísticos, o Espírito Santo segue consolidando sua liderança.
Ovos geram emprego e renda
Além de alimento, os ovos geram oportunidades. A avicultura capixaba emprega cerca de 20 mil pessoas diretamente e sustenta mais de 100 mil famílias em atividades ligadas à agricultura e transporte. Do mesmo modo, o setor movimenta a economia rural com 75 mil toneladas mensais de adubo orgânico, usado em lavouras de café, frutas e hortaliças. É um ciclo produtivo que transforma resíduos em renda e sustentabilidade.
Outro impacto direto está nas estradas. Nesse sentido, mais de 30 mil caminhões circulam mensalmente transportando insumos, ovos e aves vivas. Isso representa uma engrenagem logística que conecta o campo ao consumidor. Segundo a AVES, esse movimento ajuda a manter pequenos produtores integrados à cadeia e fortalece o interior capixaba. Assim, o ovo vira também símbolo de desenvolvimento regional. Mesmo com o crescimento, o setor enfrenta ajustes. Em 2024, o faturamento caiu 4% em relação ao ano anterior, reflexo da redução na produção de frangos de corte e margens mais estreitas. Ainda assim, o segmento de postura manteve ritmo forte e segue como principal fonte de receita. A aposta para 2025 é expandir mercados e investir em inovação para ganhar competitividade.
Editor de Economia
Edu Kopernick é jornalista formado na Faesa, especialista em Comunicação Organizacional pela Gama Filho, com experiência em reportagens especiais para veículos nacionais e séries sobre economia do Espírito Santo. Já teve passagens pelos principais veículos de TV, rádio e webjornalismo do Estado. É editor de Economia do Folha Vitória desde 2024, apresentador de TV e host do videocast ValorES.
