Economia

Exportações de plataformas reduziram déficit das contas externas

Exportações de plataformas reduziram déficit das contas externas Exportações de plataformas reduziram déficit das contas externas Exportações de plataformas reduziram déficit das contas externas Exportações de plataformas reduziram déficit das contas externas

Brasília – O chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel, avaliou nesta terça-feira, 20, que o déficit de transações correntes de US$ 878 milhões em novembro foi menor que o esperado pela autoridade monetária, que estimava um saldo negativo de US$ 1,7 bilhão. “A exportação de plataformas de petróleo elevou o resultado. Então, de fato, a balança comercial foi que surpreendeu positivamente”, avaliou. “Tivemos um resultado cerca de US$ 2 bilhões melhor que o de novembro do ano passado, quando o déficit foi de US$ 2,948 bilhões”, completou.

Com isso, foi mantido o desenho de resultados interanuais melhores para o setor externo. Maciel adiantou que a projeção do BC para déficit em dezembro é de US$ 4,2 bilhões. Dessa forma, o saldo de transações correntes encerraria o ano em US$ 22 bilhões.

“Dezembro é um mês que sazonalmente tem um déficit mais amplo. Ano passado o déficit em dezembro foi de US$ 2,4 bilhões, mas foi atípico devido a um superávit muito elevado na balança comercial naquele mês”, detalhou.

IDP parcial

O chefe do departamento econômico do Banco Central avaliou que a entrada de Investimentos Diretos no País (IDP) de US$ 8,752 bilhões em novembro também superou as expectativas da autoridade monetária, que projetava uma entrada de US$ 6,5 bilhões no mês.

“Em dezembro esperamos a entrada de US$ 6,3 bilhões em IDP, sendo que US$ 4,4 bilhões já entraram até o dia 16 deste mês”, adiantou.

O ingresso de IDP no ano, estimado em US$ 70 bilhões, será equivalente a 3,9% do PIB, enquanto a projeção de déficit nas transações correntes em 2016 é de 1,2% do PIB. “Nas últimas semanas os ingressos de IDP mostraram crescimento maior, mas isso é errático. A projeção de US$ 70 bilhões está mais para conservadora, e é possível que tenhamos um pouco mais”, completou.

Conta de serviços

Maciel destacou que o déficit na conta de serviços acumula uma queda de 21% entre janeiro e novembro na comparação com o mesmo período do ano passado. “No ano passado esse saldo negativo já tinha caído 23%. É o segundo ano consecutivo de queda, e antes disso só havia registro de recuo em 2003”, citou.

Segundo ele, após esse recuo, nos últimos meses de 2016 já começa a ser observada uma certa estabilidade interanual. “Na conta de viagens internacionais, vemos uma redução de 30% na despesas líquidas no acumulado deste ano. Mas, na variação mensal, desde agosto essas despesas estão aumentando novamente, com um crescimento de 45% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2015”, detalhou.

Maciel lembrou que essa conta é influenciada pela taxa de câmbio, que está em alta, pela renda das famílias, que está em queda, e pela confiança, que ainda não se recuperou.

Em dezembro até o dia 16, as despesas líquidas com viagens somam US$ 540 milhões, com receitas de US$ 243 milhões e despesas de US$ 784 milhões. “A projeção é de um crescimento de 51% das despesas líquidas com viagens em dezembro”, completou.

Remessas estão baixas

Maciel destacou ainda que a conta de rendas em 2016 está similar à de 2015. Entre janeiro e novembro a saída nessa conta é de US$ 34,261 bilhões, próxima da saída de US$ 35,902 bilhões do mesmo período do ano passado.

Ele citou que os envios de US$ 13,273 bilhões de lucros e dividendos nos primeiros 11 meses do ano estão em um patamar historicamente baixo. “Em outro períodos históricos isso já atingiu mais de US$ 55 bilhões, então são valores relativamente baixos em 2015 e 2016. A explicação é a própria atividade econômica, com menos lucratividade para as empresas”, explicou.

Em dezembro, até o dia 16, as despesas com juros foram de US$ 1,559 bilhão, enquanto as remessas de lucros e dividendos somaram US$ 2,339 bilhões.