Economia

Exportadores tentam negociar para livrar café brasileiro do tarifaço

Café está entre produtos taxados, o que preocupa o setor. Quase 700 produtos ficam de fora do tarifaço

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Foto: Divulgação/Incaper
Foto: Divulgação/Incaper

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar a ordem executiva para taxação de 50% para produtos do Brasil importados para o país, nesta quarta-feira (30), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) alegou que continuará negociando para que o café passe a integrar a lista de exceções divulgada pelo governo americano.

Em nota, o presidente do Conselho Deliberativo do Cecafe, Marcio Cândido Ferreira, informou que segue em contato com instituições americanas, como a National Coffee Association (NCA), para reverter o cenário desfavorável.

Na relação comercial cafeeira entre EUA e Brasil, as nações são imprescindíveis uma à outra, uma vez que os cafés brasileiros representam uma fatia superior a 30% do mercado cafeeiro norte-americano, sendo o principal fornecedor ao país, ao passo que os EUA respondem por 16% das exportações do produto nacional, sendo o principal destino de nossas exportações.

Marcio Cândido Ferreira – Cecafé

A medida começa a valer no dia 6 de agosto.

US$ 110 bilhões são gastos em café nos EUA

Ainda de acordo com o Cecafé, o produto também é essencial para a economia dos Estados Unidos, já que 76% da população consome a bebida, gastando cerca de US$ 110 bilhões em café e itens relacionados ao ano. Além disso, a indústria cafeeira sustenta mais de 2,2 milhões de empregos no país.

“A cada US$ 1 que os EUA importam de café, são injetados outros US$ 43 na economia americana, fazendo com que o setor movimente US$ 343 bilhões ao ano, montante que representa 1,2% do PIB dos Estados Unidos”, destacou a nota.

O conselho ainda completa que a revisão da decisão de taxar o café brasileiro é necessária, já que a elevação nos preços e inflação serão repassadas aos consumidores estadunidenses no ato da compra.

Estados Unidos é o segundo maior comprador do café capixaba

Segundo informações da coluna Agro Business, os Estados Unidos são o segundo maior comprador do café produzido no Espírito Santo, importando 186.452 sacas no primeiro semestre de 2025. O número é equivalente a 11,4% das exportações do Estado.

O preço médio da saca de café produzida em território capixaba foi de US$ 299,63 até julho deste ano.

694 produtos brasileiros não serão taxados

Um total de 694 produtos produzidos no Brasil escapou da taxação de 50% anunciada por Trump. As exceções incluem produtos de diversos setores do país como minerais, fertilizantes e produtos químicos.

Para o Espírito Santo, as isenções de celulose, macadâmia e quartzito representam um alívio para a economia do Estado, como explica o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB).

“Saiu finalmente hoje a ordem executiva do governo americano, e houve uma lista de exceções. Algumas coisas são positivas, como, por exemplo, celulose, não será tarifada; 40% daquilo que o setor de rochas naturais exporta para os Estados Unidos é quartzito, isso alivia. A boa notícia, se é possível dizer assim, é que essa lista é grande. E ao longo dos próximos dias, visto que o tarifaço foi adiado por sete dias, as negociações vão continuar”, afirmou.

Sobre o café, o vice-governador está otimista para que o produto também entre na lista e, assim como o Cecafé, chama a atenção para o impacto que o próprio consumidor americano sentirá com a medida.

“Temos expectativa de que o café entre, porque não é produzido nos Estados Unidos. Tenho a impressão de que vai entrar, como polpa e suco de laranja, porque é um produto de consumo diário dos americanos”, completou.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.