Economia

Extensão de cortes na produção de petróleo pode não reduzir estoques, diz AIE

Extensão de cortes na produção de petróleo pode não reduzir estoques, diz AIE Extensão de cortes na produção de petróleo pode não reduzir estoques, diz AIE Extensão de cortes na produção de petróleo pode não reduzir estoques, diz AIE Extensão de cortes na produção de petróleo pode não reduzir estoques, diz AIE

Londres – A possível extensão de cortes na produção de petróleo poderá não ajudar a reduzir os estoques globais para os níveis desejados, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

Em relatório mensal sobre o mercado de petróleo, a AIE informou hoje que os estoques dos países mais industrializados diminuíram cerca de 1 milhão de barris por dia (bpd) em março, mas ressaltou que ainda há muito trabalho a ser feito no segunda metade do ano para que elas caiam ainda mais.

“Demorou algum tempo para que os estoques refletissem a queda na oferta, uma vez que os volumes produzidos antes que os cortes da Opep e de 11 países fora da Opep entrassem em vigor ainda estão sendo absorvidos pelo mercado”, ponderou a AIE.

No entanto, a AIE ressaltou que o “reequilíbrio” está acontecendo e ganhando força, “pelo menos no curto prazo”.

No fim do ano passado, 24 países, incluindo integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros que não pertencem ao cartel, como a Rússia, fecharam acordos para reduzir a produção combinada em torno de 1,8 milhão de bpd ao longo do primeiro semestre, na expectativa de trazer a oferta e a demanda de volta ao equilíbrio.

Surgiram dúvidas, porém, de que os esforços de cortes na produção estejam de fato eliminando o excesso de oferta. A produção dos EUA, por exemplo, vem mostrando forte expansão e anulando os efeitos do corte na oferta da Opep, levando os preços do petróleo a oscilar entre US$ 48 e US$ 52 por barril ao longo do último mês.

A AIE prevê que a produção dos EUA crescerá 790 mil bpd este ano em relação ao fim de 2016. Para a oferta fora da Opep, a previsão é de alta de 600 mil bpd na produção de 2017. No mês passado, a entidade previa aumento de 490 mil barris por dia na produção de países que não integram a Opep.

Segundo a AIE, a oferta global caiu 140 mil bpd em abril, graças a quedas na produção fora da Opep. Já a produção do cartel subiu 65 mil bpd no mês passado, a 31,78 milhões de bpd, graças à maior contribuição da Arábia Saudita e da Nigéria. Apesar da elevação, a Opep cumpriu 96% de sua meta de cortar a produção em 1,2 milhão de bpd ao longo do primeiro semestre, de acordo com a agência.

A AIE também previu que a demanda global por petróleo crescerá 1,3 milhão de bpd este ano.

Rússia e Arábia Saudita, os dois maiores produtores de petróleo do mundo, defenderam ontem que os atuais cortes na produção sejam estendidos por mais nove meses, até março de 2018, para garantir o cumprimento do objetivo de reduzir os estoques para a média em cinco anos. A Opep tomará uma decisão final sobre o assunto em reunião marcada para o próximo dia 25, em Viena. Fonte: Dow Jones Newswires.