Economia

Fazenda alerta candidatos sobre real situação fiscal

Fazenda alerta candidatos sobre real situação fiscal Fazenda alerta candidatos sobre real situação fiscal Fazenda alerta candidatos sobre real situação fiscal Fazenda alerta candidatos sobre real situação fiscal

Sem alarde, o Ministério da Fazenda começou a apresentar aos coordenadores de campanha dos pré-candidatos à Presidência da República a real situação das contas públicas, previsões do Orçamento para 2019 e os próximos riscos fiscais.

Preocupada com a falta de debate sobre as reformas fiscais faltando só quatro meses paras eleições, a equipe econômica quer alertar os principais “gurus” econômicos dos pré-candidatos, inclusive os adversários do governo Michel Temer, para o quadro crítico das contas públicas, que continua gravíssimo apesar do ajuste gradual implementado nos últimos anos.

A proposta da Fazenda é mostrar que o ajuste fiscal não está consolidado e não se sustenta sem as reformas, sobretudo, a da Previdência. O governo Michel Temer chegou a mandar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) endurecendo as regras para a concessão de aposentadorias, mas a proposta ficou suspensa com as duas denúncias contra o presidente.

Com a intervenção no Rio, a PEC foi engavetada porque não pode ser votada.

As reuniões com as equipes dos pré-candidatos estão sendo conduzidas pelo secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. A primeira reunião foi feita com Paulo Guedes, coordenador econômico do líder das pesquisas Jair Bolsonaro (PSL), há duas semanas.

Guedes defende uma agenda liberal de controle fiscal e privatizações, que contrasta com as opiniões de perfil estatizante e intervencionista do seu candidato. Para evitar exposição, a agenda de Mansueto citou Guedes como diretor do Ipea.

O economista Mauro Benevides, coordenador econômico do pré-candidato Ciro Gomes (PDT), já foi contatado pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, que ficou de marcar uma data para o encontro.

A reportagem apurou que a preocupação da equipe econômica é com o risco de mudanças mal conduzidas no teto de gasto, regra fiscal constitucional criada no governo Temer que fixa teto anual de despesas, com base na inflação, e que corre risco de não funcionar já em 2019.

A mudança do teto é defendida por políticos de vários partidos incomodados com as restrições impostas. Outro problema a ser enfrentado é o cumprimento da regra de ouro, um dos pilares da política fiscal também prevista na Constituição que impede a emissão de dívida pelo governo para pagar despesas correntes, como salários e alugueis.

O problema é que com os rombos seguidos nas contas públicas a regra não deve ser cumprida em 2019 e o governo prevê a necessidade de um crédito extraordinário bilionário para o seu cumprimento em 2019.

A equipe econômica ainda defende a necessidade de congelamento do reajuste dos servidores públicos em 2019.

Pelas novas projeções, o Brasil pode conviver por um tempo ainda maior com as contas públicas no vermelho. A previsão oficial atualmente é que as despesas continuem superando as receitas do governo até 2021. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.