Economia

Fechamento da economia brasileira deixou de ser opção, diz diretor da Fiesp

Fechamento da economia brasileira deixou de ser opção, diz diretor da Fiesp Fechamento da economia brasileira deixou de ser opção, diz diretor da Fiesp Fechamento da economia brasileira deixou de ser opção, diz diretor da Fiesp Fechamento da economia brasileira deixou de ser opção, diz diretor da Fiesp

São Paulo – Especialistas sobre comércio exterior reunidos no Fóruns Estadão – Exportação foram unânimes em ressaltar que o Brasil precisa se inserir nas cadeias globais de valor, urgentemente. “O fechamento da economia brasileira deixou de ser uma opção”, comentou o diretor titular do departamento de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp.

Para ele, a América Latina vive um novo momento, com a eleição de Mauricio Macri na Argentina e a vitória da oposição nas eleições parlamentares da Venezuela. Esse novo contexto pode ajudar em uma maior inserção do Mercosul nos mercados globais.

Segundo Zanotto, o Brasil poderia inclusive se aproximar da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês). “Seria uma forma de tirar o atraso que tivemos nos últimos anos em termos de acordos internacionais. O Brasil já tem legislação tão ou mais avançada em relação ao que é exigido por esses acordos. Além disso, esses tratados têm arquitetura aberta, adaptada para novos entrantes”.

Segundo ele, esses grandes acordos globais que estão sendo fechados recentemente alteram a governança global e podem ter um impacto semelhante ao tratado de Brenton Woods, que reorganizou o mundo ao fim da Segunda Guerra Mundial. Zanotto apontou que o TPP entrou inclusive em políticas internas dos países afetados. “O Vietnã, que é um país socialista, concordou em ter sindicatos livres, enquanto Brunei foi obrigado a combater o trabalho infantil”, disse.

O presidente do conselho curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, Rafael Benke, também comentou que a nova arquitetura do comércio global é algo muito impactante. “A aliança do Pacífico cobre 40% do PIB global e um quarto do comércio internacional”, lembrou. Para ele, não há protagonismo brasileiro à altura do comércio exterior. “Tradicionalmente o Brasil tem uma desproporcionalidade em relação ao tamanho da sua economia e o fluxo de comércio externo, o grau de abertura”.

Benke ressaltou que o comércio internacional precisa ser um pilar da política econômica, que não pode ser lembrado apenas em momentos de excesso de produção. Mesmo assim, ele reconheceu que a equipe do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) vem desempenhando um “papel heroico”, trabalhando com o que é possível. “O que falta é inspiração do povo brasileiro para dar mais ferramentas ao governo para atingir o nível de atuação do comércio exterior que é devido a um país como o nosso”.