Entre 2021 e 2024, feiras e eventos realizados no Espírito Santo reuniram 3,984 milhões de visitantes e criaram ou mantiveram cerca de 45 mil empregos diretos. Bem como movimentaram mais de R$ 156,87 milhões em negócios imediatos. Do mesmo modo, o setor contabilizou R$ 143,91 milhões prospectados para o futuro. Os dados constam no relatório de impacto do setor divulgado pelo Sindicato de Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos em Geral do Estado (Sindiprom). O documento também aponta um investimento total de R$ 103,28 milhões no período.
Segundo o presidente do Sindiprom, João Alfonso da Silva, o estudo marca um ponto de partida para a projeção do setor na próxima década. “O panorama foi colocado, o retrato foi colocado desses últimos quatro anos. Agora, o mais importante é realmente a estruturação do futuro. Ou seja, qualificar e desenvolver muito mais o turismo regionalizado, capaz de atrair visitantes e gerar riqueza para o Estado”, afirmou.
Nesses quatro anos foram 498 feiras em todas as regiões capixabas, envolvendo diretamente 34.860 empreendedores e a contratação de 117 empresas organizadoras.
Os eventos são o grande propulsor que podem atrair turistas de fora do Espírito Santo. A experiência internacional mostra que centros de convenções e infraestrutura adequada são investimentos sociais que movimentam dezenas de outras atividades econômicas.
João Alfonso da Silva, presidente Sindiprom
Para o diretor-superintendente do Sebrae-ES, Pedro Rigo, o trabalho articulado entre instituições e municípios tem sido decisivo. “Nós entendemos que os eventos, festivais e feiras fazem parte de um processo de transformação. Agora precisamos organizar uma estratégia para alocar melhor os recursos. Do mesmo modo respeitando a identidade de cada território e dando um passo a mais para consolidar o Espírito Santo como um dos mais importantes destinos turísticos do país”, disse.
A assessora técnica do Sebrae-ES responsável por organizar as informações do levantamento, Christiane Barbosa e Castro, destacou que o impacto do setor vai além dos números.
O turismo de eventos promove a descentralização da economia, a profissionalização do setor, a inovação e a inclusão produtiva. Há também o orgulho cívico: mesmo quem não participa diretamente sente orgulho do que está acontecendo no seu município. Esse pertencimento é parte do desenvolvimento territorial que fica como legado.
Christiane Barbosa e Castro, assessora técnica do Sebrae
Expectativa com novo Centro de Convenções
Entre as apostas para ampliar a competitividade do setor está a construção do novo Centro de Convenções na Serra, com previsão de entrega em três anos. O presidente da Fecomércio, Idalberto Moro, acredita que a obra será estratégica. “Será um dos mais belos e modernos do Brasil. A experiência de outros estados mostra que essa estrutura atrai grandes congressos e feiras, e isso significa mais turistas e negócios para todo o Espírito Santo”, disse.
O prefeito de Santa Teresa, Kléber Médice, ressaltou que o fortalecimento do calendário anual de eventos transforma economias locais. “Hoje, Santa Teresa é destino de Carnaval, de festivais como o Santa Teresa Gourmet e o Festival de Jazz, bem como de feiras que valorizam nossos empreendedores. Ou seja, ter programação de janeiro a janeiro mantém a cidade viva e movimenta todo o comércio e a rede de serviços”, destacou.
Para Alfonso, o avanço do setor de eventos é peça-chave na estratégia de atração de turistas e na adaptação à reforma tributária. “O Espírito Santo tem apenas 1,9% da população brasileira, por isso precisa trazer visitantes para consumir aqui. É o caminho para transformar eventos e turismo em grandes motores de geração de riqueza”, concluiu.