Quem nunca ouviu falar sobre título de capitalização? Esse produto financeiro é vendido como um investimento, mas na verdade passa muito longe disso. Mesmo assim, o mercado desses títulos no Brasil ultrapassa os R$ 30 bilhões.
Algumas pessoas o acham atrativo por “forçar” a guardar dinheiro e concorrer a prêmios. Mas se pararem para conhecer um pouco mais sobre o produto, terão a certeza de que essas “vantagens” não valem a pena.
O título de capitalização funciona como uma “poupança forçada”. Isto é, todos os meses (ou conforme contratação) serão feitas contribuições de uma quantia definida e os valores serão acumulados para retirada ao final da vigência do título.
Durante este período você estará concorrendo a sorteios e prêmios, o que não é uma vantagem, porque as despesas referentes a esses sorteios são custeados com o seu dinheiro. Além disso, a chance de realmente ganhar um dos prêmios é muito pequena.
Outra parte será destinada a pagar taxas da instituição financeira responsável. E só o que sobrar depois disso será destinado à remuneração do “investidor”, ou seja, o retorno tende a ser próximo de zero.
É isso mesmo que falamos no tópico acima, você não receberá quase nada em troca ao deixar o seu dinheiro preso em uma aplicação sem liquidez, ou seja, que não poderá ser resgatada por anos. Em caso de necessidade antes do final do contrato, você provavelmente terá uma multa e o valor “investido” não será resgatado integralmente.
A rentabilidade é de Taxa Referencial (TR), atualmente em zero, em alguns casos é acrescido um percentual de rentabilidade além da TR. Mas vale lembrar que essa rentabilidade incide apenas sobre o valor restante após o desconto dos custos com sorteio e taxa de administração. Com isso, o resultado é um retorno final inferior até mesmo ao retorno da poupança, que, como já falamos na coluna anterior, tem perdido para a inflação nos últimos anos. Ou seja, ao alocar em ambos os produtos, você está perdendo poder de compra.
Por tudo isso, se te oferecerem um título de capitalização, fuja!
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
