Economia

Fitch reafirma rating do Brasil em BBB

Fitch reafirma rating do Brasil em BBB Fitch reafirma rating do Brasil em BBB Fitch reafirma rating do Brasil em BBB Fitch reafirma rating do Brasil em BBB

São Paulo – A agência de classificação de riscos Fitch manteve o rating de longo prazo em moeda estrangeira e local do Brasil em “BBB”, com perspectiva estável. A agência também afirmou o teto do País em “BBB+” e a avaliação de curto prazo em moeda estrangeira em “F2”. De acordo com a agência, o rating brasileiro reflete a diversidade econômica do País, as instituições relativamente desenvolvidas, a forte capacidade de absorção de choques devido à robusta posição de liquidez externa e o sistema bancário capitalizado de maneira adequada.

“Esses fatores são contrabalançados por uma fraqueza estrutural nas finanças públicas do País, o endividamento relativamente elevado do governo, baixo nível de poupança e de taxas de investimento, e progresso limitado na melhoria da competitividade e flexibilidade fiscal”, afirmou a agência.

Entre os pontos fracos do Brasil, a agência ressalta a inflação elevada e o crescimento mais lento na média de cinco anos, de 2,7%, ante a alta de 3,2% observado entre pares com rating BBB. A Fitch estima que a média de crescimento ficará em cerca de 2% durante 2014 a 2016. A expansão moderada do Brasil reponde a uma confiança doméstica limitada e outros fatores cíclicos e estruturais, disse.

“As contas fiscais do Brasil se deterioraram, como foi refletido por superávits primários menores. O governo tem contado com as receitas não recorrentes para evitar uma deterioração mais rápida e isso deve ser o caso em 2014 também”, afirmou a agência. Isso destaca a necessidade de o governo controlar os gastos, especialmente no contexto de crescimento econômico moderado que provavelmente irá limitar uma recuperação robusta em receitas fiscais. A Fitch prevê que o déficit nas contas de administrações públicas pode chegar a mais de 4% do PIB neste ano.

A dívida de administrações públicas do Brasil diminuiu para 56,7% do PIB em 2013, mas “continua a ser maior do que o de 40% para a média de ratings BBB”. A Fitch prevê que o peso da dívida aumentará ligeiramente em 2014 antes de se estabilizar abaixo de 60% do PIB, posteriormente, desde que haja algum aperto fiscal no próximo ano e que os empréstimos do Tesouro ao BNDES continuem em uma trajetória descendente. “O Brasil tem continuado a melhorar a sua composição da dívida nos últimos anos e mantém o acesso ao mercado favorável, o que reduz riscos para a taxa de juros, de moeda e de refinanciamento”.

O déficit em conta corrente do Brasil chegou a 3,6% do PIB em 2013 e a Fitch espera que permaneça em um nível semelhante em 2014 antes de recuar ligeiramente. No entanto, a Fitch acredita que a resistência relativa dos fluxos de investimento direto estrangeiro, bons acessos dos setores público e privado para empréstimos externos e uma forte posição de reservas continuem a apoiar a flexibilidade externa do Brasil.

Sobre a eleição presidencial, de outubro, a agência disse que a próxima administração enfrentará o desafio de fazer ajustes para reduzir a inflação e colocar as finanças públicas em ordem. “Independentemente do resultado, a Fitch espera algum aperto na política no próximo ano, embora o ritmo e grau de ajuste e impulso de reforma podem depender do vencedor final e do tamanho da base governista”.

A agência acredita que o processo eleitoral acontecerá de maneira tranquila e a governança geral se manterá intacta, apesar de protestos em algumas cidades. A Fitch pressupõe que não haverá mudança significativa na estrutura de política macroeconômica geral após as eleições.

Perspectiva

A perspectiva estável reflete a avaliação da Fitch de que riscos ascendentes e descendentes para a classificação estão atualmente equilibrados. Entre os fatores que podem levar a um rebaixamento estão a erosão da estrutura política que poderia levar ao aumento das vulnerabilidades macroeconômicas e financeiras, a deterioração da economia e da política fiscal que prejudicaria a dinâmica da dívida pública, e uma grave piora na posição de reservas internacionais do Brasil e/ou composição da dívida do governo.

Por outro lado, os principais fatores que, individualmente ou em conjunto, podem desencadear uma ação de rating positiva incluem: taxas maiores de investimento e trajetória de crescimento mais alta e consolidação orçamentária que suportaria a redução da dívida pública.