Economia

‘Ganhos do Brasil com disputa serão limitados’, diz Welber Barral

‘Ganhos do Brasil com disputa serão limitados’, diz Welber Barral ‘Ganhos do Brasil com disputa serão limitados’, diz Welber Barral ‘Ganhos do Brasil com disputa serão limitados’, diz Welber Barral ‘Ganhos do Brasil com disputa serão limitados’, diz Welber Barral

Ninguém sairá ganhando da guerra comercial entre Estados Unidos e China, avalia o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral. Para ele, a subida de tom dos dois países só vai trazer mais turbulência no comércio internacional e as oportunidades de negócios que se abrem para países, como o Brasil, são limitadas. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Qual é o impacto dessa guerra comercial para o Brasil?

Em uma guerra comercial não há vencedores. Mesmo que o comércio se desloque temporariamente e alguns países passem a vender mais determinados produtos por um tempo, o comércio exterior fica estressado. Isso tem impacto nos preços e na facilidade para exportar.

O Brasil não poderia vender mais soja para os chineses?

Em um primeiro momento, sim. Mas os Estados Unidos não vão deixar de vender sua soja no exterior, só vão mudar o destino de parte da produção. Se o Brasil deixar de vender soja para o México, por exemplo, para vender mais grãos para a China, o mercado mexicano será ocupado pelos Estados Unidos. Não existe um vácuo. Além disso, a China não deixará de comprar totalmente dos Estados Unidos, só vai pagar mais caro por ela.

O Brasil pode ter uma janela de oportunidades, para vender mais produtos para a China?

Sim, é algo que estamos estudando. Por enquanto, as oportunidades existem, mas em alguns nichos de mercado. O Brasil poderia, por exemplo, vender mais alimentos processados para o mercado chinês e vender peças e partes de tratores aos Estados Unidos.

O que pode acontecer agora?

Ninguém sai ganhando de uma guerra comercial. Imagino dois finais possíveis para o conflito: a China se vê obrigada a fazer algumas concessões aos Estados Unidos, o que daria ao governo Trump um motivo para declarar vitória à opinião pública; ou a guerra comercial resultaria em um grande dano para a indústria americana, o que forçaria a Casa Branca a mudar de posição. É quase uma disputa para ver qual dos dois ‘pisca’ primeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.