Economia

Governistas comemoram trabalhista, mas dizem que Previdência exigirá esforço

Governistas comemoram trabalhista, mas dizem que Previdência exigirá esforço Governistas comemoram trabalhista, mas dizem que Previdência exigirá esforço Governistas comemoram trabalhista, mas dizem que Previdência exigirá esforço Governistas comemoram trabalhista, mas dizem que Previdência exigirá esforço

Brasília – A reação inicial do governo à aprovação da reforma trabalhista foi de comemoração. O apoio de 296 deputados na noite desta quarta-feira foi avaliado como uma “vitória com larga margem”. Apesar do tom, governistas reconhecem que o placar gera apreensão sobre o futuro porque revela que será necessário esforço extra para aprovar a reforma da Previdência – tema ainda mais polêmico e que exige apoio de 308 votos.

O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), comemorou a aprovação da reforma trabalhista e avaliou que o governo tem conseguido “apoio crescente”. “Foi uma grande vitória. Tivemos apoio de 296 deputados para alterar a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o que mudará as relações trabalhistas”, disse Ribeiro após deixar o plenário.

Apesar da comemoração minutos após a vitória, governistas já admitem nos bastidores que o esforço necessário para conquistar os 308 votos para a reforma da Previdência poderá ser ainda maior do que o imaginado inicialmente. Enquanto parte do governo trabalha com a possibilidade de que o tema poderia ser votado ainda em maio, já há quem acene com a necessidade de prazo ainda mais longo para conquistar apoio dos parlamentares.

Diante da percepção de dificuldade em aprovar a reforma previdenciária, o discurso do governo tem mudado o foco para dar mais importância ao resultado da votação ao colocar o tema “prazo” em segundo plano. O Palácio do Planalto tem flexibilizado metas sobre quando a reforma poderia ser aprovada e é reforçado o tom sobre a perspectiva de aprovação.

O próprio líder do governo na Câmara reconhece que há muito o que fazer. Para Ribeiro, a votação de quarta-feira à noite mostra que o governo tem obtido “apoio crescente”. “Agora, passamos para a etapa de convencimento sobre a reforma da Previdência”, disse, ao comentar que o esforço passa a ser de “convencimento e explicação” sobre o tema. Questionado sobre eventual votação do texto ainda em maio, o líder do governo foi pouco enfático e disse que o governo quer “votar o mais rápido possível”.

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, que foi exonerado temporariamente para voltar à Câmara e apoiar a reforma trabalhista, rejeita a avaliação de que o placar pela aprovação da reforma trabalhista tenha frustrado o governo. “O número foi muito próximo do necessário para a reforma da Previdência. Não há qualquer frustração”, disse ao deixar o plenário da Câmara.

Sobre o esforço pela Previdência, Bruno Araújo citou que a estratégia do governo será de conversar e convencer “partidos e não bancadas”. O ministro não quis comentar o prazo necessário para esse esforço de convencimento. (Fernando Nakagawa e Daiene Cardoso. Colaborou Carla Araújo)