Economia

Governo adia revisão da garantia física de hidrelétricas para 2018

Na prática, a garantia física de uma usina corresponde ao valor máximo de energia que ela pode vender no mercado. Essa revisão deve ser feita a cada cinco anos ou em caso de fatos relevantes

Governo adia revisão da garantia física de hidrelétricas para 2018 Governo adia revisão da garantia física de hidrelétricas para 2018 Governo adia revisão da garantia física de hidrelétricas para 2018 Governo adia revisão da garantia física de hidrelétricas para 2018
Governo adia revisão da garantia física de hidrelétricas Foto: Divulgação

Brasília – O governo decidiu prorrogar os atuais valores de garantia física das usinas hidrelétricas do País até 31 de dezembro de 2017. A decisão foi publicada por meio de portaria na edição desta quarta-feira, 28, do Diário Oficial da União e atinge todas as hidrelétricas, inclusive Itaipu.

Na prática, a garantia física de uma usina corresponde ao valor máximo de energia que ela pode vender no mercado. Essa revisão deve ser feita a cada cinco anos ou na ocorrência de fatos relevantes para cada usina.

Essa é a terceira vez que o processo de revisão de garantia física é adiado. Ele deveria ter ocorrido no fim de 2014, mas foi postergado para o fim de 2015 e, depois, para o fim deste ano. Agora, ficará para 2018. O governo chegou a abrir uma consulta pública para discutir o assunto e divulgou um relatório sobre as premissas desse processo em novembro.

Uma nota técnica divulgada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) previa que a revisão da garantia física das usinas poderia resultar numa redução de 2,5% no montante de energia do País. Isso corresponderia a uma diminuição de 1.408 megawatt médios (MW médios), para 56.016 MW médios. Consequentemente, essa mudança também reduziria a receita dos geradores com a venda de energia.

Os novos valores de garantia física devem ser publicados até 30 de abril de 2017, e entrarão em vigor em janeiro de 2018. De acordo com o MME, as contribuições dos agentes trouxeram elementos que serão considerados, e sua análise demanda “tempo e providências adicionais”.

A discussão sobre a garantia física das usinas é antiga e envolve questões polêmicas. Há rumores de que as usinas não geram mais toda a energia que poderiam devido ao acúmulo de sedimentos no fundo dos reservatórios, o que diminuiria sua capacidade, e ao desvio de água para uso de agricultores e irrigantes.

Para suprir esse déficit de geração, o governo contrata energia de reserva, por meio de leilões específicos, mas a um custo bem mais alto. Devido à recessão econômica e a redução do consumo, o governo decidiu cancelar o leilão de energia de reserva que seria realizado neste mês.