Economia

Governo ainda não definiu modelo de pagamento de indenizações ao setor elétrico

Governo ainda não definiu modelo de pagamento de indenizações ao setor elétrico Governo ainda não definiu modelo de pagamento de indenizações ao setor elétrico Governo ainda não definiu modelo de pagamento de indenizações ao setor elétrico Governo ainda não definiu modelo de pagamento de indenizações ao setor elétrico

São Paulo – O governo federal ainda não definiu qual caminho seguirá para viabilizar o pagamento de indenizações bilionárias a empresas de transmissão, por ativos existentes antes de 2000 e que não foram amortizados no âmbito da Medida Provisória 579, de 2012. De acordo com o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone da Nóbrega, a única certeza neste momento é a inviabilidade desse custo ser incorporado à tarifa.

“É uma decisão de governo federal, para a qual a Aneel é responsável por apresentar o valor a ser indenizado. Mas a decisão sobre a possibilidade de o valor vir do Tesouro, ou ir para a tarifa, é do executivo. A sensibilidade hoje é de que a tarifa do consumidor está muito alta e não podemos ‘pendurar’ mais nada nela”, afirmou Pepitone, após participar do Latin American Utility Week.

Questionado sobre qual seria sua sugestão, o diretor da Aneel reiterou a peculiaridade do momento. “O natural é que isso fosse composto na tarifa de energia. Seria feito um escalonamento no tempo, de forma que fosse adequado para as empresas e também respeitando o poder de pagamento do consumidor. Mas, diante do contexto atual, falar em incluir conta adicional à tarifa não me parece adequado”, disse.

Além da situação da tarifa, apontada por Pepitone como um dos desafios a serem enfrentados pelo setor elétrico neste momento, a Aneel também deve analisar como pode vir a ser o mercado elétrico brasileiro no futuro, quando um maior número de consumidores deve gerar a própria energia, um modelo conhecido pelo termo geração distribuída.

“Em uma situação dessas, a distribuidora praticamente não venderia energia, mas teria o ônus com os ativos e com os fios. Precisamos refletir sobre isso”, salientou o diretor da Aneel.

Durante a apresentação, Pepitone ainda comentou sobre a necessidade de construção de novos projetos considerados estruturantes, os quais garantiriam acesso a uma energia mais barata do que aquelas gerada por térmicas. É o caso das hidrelétricas de Belo Monte, Santo Antonio e Jirau, além de outros futuros projetos a serem construídos na região Amazônica.

O diretor da Aneel também aproveitou o encontro com executivos do setor elétrico para demonstrar otimismo em relação à previsão de chuvas no próximo período chuvoso, que se inicia em novembro. “Há a expectativa de que o próximo período úmido possa reverter o atual cenário, permitindo gerar toda a carga com nossas hidráulicas”, comentou.

O parque gerador brasileiro, segundo o diretor da Aneel, deve atingir até o final deste ano uma capacidade instalada de 140.000 MW. Nos últimos dez anos, segundo dados da Aneel, o parque nacional teve um aumento médio de 4.323 MW por ano, ou um acumulado de 44% na última década.