Economia

Governo brigará para manter adiamento do reajuste dos servidores, diz Dyogo

Governo brigará para manter adiamento do reajuste dos servidores, diz Dyogo Governo brigará para manter adiamento do reajuste dos servidores, diz Dyogo Governo brigará para manter adiamento do reajuste dos servidores, diz Dyogo Governo brigará para manter adiamento do reajuste dos servidores, diz Dyogo

Brasília – O governo vai brigar para manter o adiamento do reajuste dos servidores e aposta numa decisão de mérito do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira, 19, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Na visão dele, mesmo que haja uma liminar garantindo a concessão do reajuste no início de 2018, é possível reverter os aumentos caso o plenário da corte derrube a liminar e avalie que a postergação dos reajustes para o início de 2019 é válida.

A posição contradiz o que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse mais cedo em café da manhã com jornalistas. “A Constituição veda a redução de salário. Uma vez aumentado, está aumentado. Não poderemos voltar atrás”, afirmou Meirelles.

O STF volta do recesso em 1º de fevereiro, mas ainda não há data estipulada para a questão ser levada a plenário. A pauta depende da presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia.

“Não achamos que o adiamento do reajuste de servidores está perdido”, afirmou Dyogo Oliveira, após participar de audiência pública na Câmara dos Deputados. Segundo o ministro, para o governo o que vale é a decisão de mérito do STF sobre os reajustes.

“O Supremo poderá, quando julgar o mérito, decidir positivamente pela aplicação Medida Provisória, e nesse caso ela voltaria ter valor desde o início”, afirmou o ministro do Planejamento. “Como é decisão liminar, precária, o julgamento do mérito é que vai definir efetividade”, acrescentou.

Até o julgamento, o ministro assegurou que o governo vai “cumprir fielmente” a decisão do ministro Lewandowski, fazendo o pagamento dos valores. “Agora, vamos entrar com recurso e, se tiver decisão favorável, o que vale é o mérito”, reafirmou Oliveira.

Como não haverá decisão antes de fevereiro, o aumento das despesas decorrente do reajustes precisará ser considerado na reavaliação do Orçamento no início de 2018. Oliveira já admitiu que a execução do Orçamento no ano que vem deve começar com um corte de gastos.

Teto salarial

Os Estados podem economizar até R$ 2,5 bilhões com a regulamentação do teto salarial do funcionalismo apenas no Poder Judiciário, disse Dyogo Oliveira. A estimativa foi feita com base em dados fornecidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e foi apresentada em audiência pública na comissão especial que analisa a regulamentação do teto remuneratório.

Dyogo destacou que a economia poderia ser ainda maior considerando os demais poderes e lembrou que os Estados vivem “situação difícil”. Para ele, a medida é importante não só pela economia de recursos, mas também pela mensagem de justiça e de igualdade.

Segundo o ministro, 44,6% dos servidores estaduais estão hoje entre os 10% mais ricos do País. Na União, esse índice é de 67,2%.

O governo federal enfrenta hoje grande dificuldade para fazer o controle de fontes de pagamento, principalmente se os vínculos adicionais forem de Estados ou municípios. “Nós fazemos controle a título declaratório e por auditoria, mas não há checagem automática”, afirmou Oliveira.

Nos casos em que consegue aplicar o abate-teto, que corta o excedente aos R$ 33,7 mil que são o limite federal de remuneração bruta, o governo consegue atingir 1.746 pessoas no governo federal – inclusive o próprio ministro do Planejamento, disse. A economia no ano passado com o abate-teto chegou a R$ 88 milhões.

O ministro ressaltou ainda que o projeto não é uma perseguição ao funcionalismo público. “Não me oponho a que servidor seja bem remunerado. Mas hoje, servidor brasileiro já é um dos mais bem remunerados do mundo”, afirmou.