Economia

Governo defenderá reforma na integralidade, respeitando parlamento, diz Marinho

Governo defenderá reforma na integralidade, respeitando parlamento, diz Marinho Governo defenderá reforma na integralidade, respeitando parlamento, diz Marinho Governo defenderá reforma na integralidade, respeitando parlamento, diz Marinho Governo defenderá reforma na integralidade, respeitando parlamento, diz Marinho

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, reafirmou nesta quinta-feira, 25, que o governo vai defender a proposta de reforma da Previdência “na sua integralidade” durante as discussões na comissão especial, mas que respeitará o Parlamento e eventuais mudanças. Ele evitou comentar a afirmação do presidente Jair Bolsonaro, de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, aceita uma reforma que resulte em economia de R$ 800 bilhões em 10 anos. O ministro tem defendido um piso de R$ 1 trilhão.

“O projeto que apresentamos é o que vamos defender na integralidade, à exceção dos pontos retirados na CCJ, mas que não têm impacto fiscal”, afirmou Marinho, ressaltando que o Congresso é soberano para fazer mudanças. “Acreditamos que, quanto maior o impacto fiscal, maior a capacidade de resolutilidade (da crise fiscal)”, disse.

Ele lembrou que Guedes defende a economia de R$ 1 trilhão para que se possa lançar o regime de capitalização (segundo o qual o trabalhador contribui para uma conta individual, que bancará sua aposentadoria), mas reconheceu que o custo da implementação desse novo regime pode ser bastante mitigado com a possibilidade de uso de um sistema nocional.

No sistema nocional, a capitalização é feita numa espécie de conta gráfica, mas o dinheiro continua ingressando nos cofres do Tesouro Nacional – ou seja, diminui a perda das receitas do governo com o dinheiro que iria para uma conta individualizada do trabalhador, gerida por outras instituições especializadas.

“As pessoas não estão lendo (sobre capitalização) o que está na PEC. Nós garantimos o pagamento mínimo de um salário mínimo”, frisou Marinho.

O secretário afirmou ainda que a proposta também prevê a possibilidade de que haja contribuição do empregador para a aposentadoria no regime de capitalização.

Ele disse que as narrativas, principalmente da oposição, estão acontecendo e são normais do processo democrático. “Estamos pedindo para mostrar o nosso lado, lado de quem certamente tem responsabilidade” disse.

Marinho disse ainda que o governo está disposto a mostrar como a equipe econômica se posicionou ao longo de toda a discussão para a proposta. “É preciso ter clareza e transparência nessa discussão”, disse, fazendo um apelo ao Congresso, à imprensa e à sociedade.

Relator

O secretário de Previdência e Trabalho disse que a escolha do relator da proposta de reforma previdenciária na Comissão Especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), foi feita de acordo com o perfil estabelecido em conversas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de um parlamentar que tivesse afinidade e consistência para defender o tema, além de experiência no processo legislativo. “O relator é extraordinário deputado, qualificado, que fará bom trabalho. Estaremos juntos para subsidiá-lo e dar instrumentos, mas ele tem legitimidade e autonomia para fazer o trabalho que achar que deve fazer”, afirmou.

Em relação a críticas na base governista à escolha de Moreira, Marinho rebateu dizendo que, ao contrário do que aconteceu com a reforma enviada pelo ex-presidente Michel Temer, vários deputados quiseram relatar o projeto desta vez e têm se posicionado favoravelmente à reforma. “O clima é completamente diferente, tenho convicção de que termos projeto aprovado no Congresso em prazo razoável”, completou.

Marinho disse ainda que a oposição está fazendo o papel dela ao obstruir os trabalhos, mas não apresenta projeto alternativo. “São só chavões e palavras de ordem”, completou, dizendo que governos anteriores não fizeram a abertura de dados. “Quem acusa de falta de transparência não fez o detalhamento dos dados.”

Caged e PIB

O secretário pediu celeridade na tramitação da reforma. Ele lembrou as demissões registradas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado na quarta-feira e as reduções nas previsões de PIB e disse que é necessário restaurar a economia para permitir o retorno dos investimentos privados. “O Brasil tem pressa, queremos que parlamento dê celeridade adequada, que o País precisa”, afirmou.

Marinho pediu que se vire a página da Previdência para que outras pautas importantes sejam discutidas e citou a reforma tributária, o pacto federativo, a abertura econômica e a desburocratização. “Para que as pautas aconteçam, é necessário reequilíbrio fiscal que só teremos com nova previdência”, completou.

Ele ressaltou que o governo deu publicidade aos dados desagregados da reforma e que todas os requerimentos feitos por deputados e documentos que embasaram a reforma estarão no site da Economia.

BPC

O secretário especial de Previdência e Trabalho afirmou que a população mais fragilizada terá antecipação do recebimento do benefício assistencial, caso a proposta da reforma da Previdência seja aprovada pelo Congresso Nacional como enviado pela equipe econômica.

A proposta prevê o pagamento de R$ 400 partir dos 60 anos para quem tem renda familiar per capita até R$ 250. Hoje, o BPC paga um salário mínimo, mas só a partir de 65 anos.

“Certamente fará diferença”, defendeu Marinho. “Estamos falando mais de 2 milhões de indivíduos que podem ser atingidos ao longo de 10 anos. Por isso vamos levar essa discussão para a comissão especial. A população fragilizada terá antecipação do recebimento”, argumentou.

A proposta do governo, porém, é de que o benefício só chegue ao valor de um salário mínimo quando o beneficiário atinja 70 anos.

Capitalização

O secretário de Previdência e Trabalho disse que os críticos à proposta de mudança no modelo de Previdência para a capitalização “não estão lendo” o que está no projeto. Ele frisou que o governo complementará o pagamento do salário mínimo para quem não conseguir poupar o suficiente e dará garantias aos poupadores.

Marinho afirmou ainda que, na proposta de emenda constitucional, está previsto o aporte de contribuição do empregador, em que parte das contribuições ainda iriam para pagar aposentadorias dos trabalhadores que forem se aposentando. “O ministro tem afirmado que há necessidade de R$ 1 trilhão para lançar a capitalização, boa parte seria diminuindo com o nocional”, afirmou.