Economia

Governo definirá regras para aeroporto privado em São Paulo

Governo definirá regras para aeroporto privado em São Paulo Governo definirá regras para aeroporto privado em São Paulo Governo definirá regras para aeroporto privado em São Paulo Governo definirá regras para aeroporto privado em São Paulo

São Paulo – O governo deve definir, na semana que vem, como será feita a mudança de regras necessária para permitir a construção de um terceiro grande aeroporto na Grande São Paulo, em Caieiras. Segundo o ministro Moreira Franco, da Secretaria da Aviação Civil (SAC), o governo se reunirá para “bater o martelo” sobre as regras do projeto que vai permitir a construção de terminais privados fora do sistema de concessões, que permitiu a recente reforma e expansão dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em Campinas.

Antes disso, a presidente Dilma Rousseff deverá vetar trechos adicionados à Medida Provisória 627 – que originalmente dispunha sobre a tributação de subsidiárias de empresas brasileiras no exterior – com a intenção de liberar a construção de aeroportos privados e os preços das tarifas aeroportuárias. Dentro do governo, a impressão é de que é preciso uma legislação específica para modificar o Código Brasileiro de Aeronáutica.

Apesar de as mudanças ainda estarem em estudo, o governo já sabe que algum tipo de regulação será necessária para definir padrões mínimos ao serviço. O ministro Moreira Franco afirma que não está preocupado com a reação dos consórcios que venceram as licitações de Guarulhos e Viracopos à abertura de um terminal concorrente. “Não tem nada nos contratos que diga que não montaremos um terceiro aeroporto”, diz o ministro. O projeto do Aeroporto de Caieiras é das construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

Apesar dessa posição oficial, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que o governo não tem interesse em entrar em rota direta de colisão com as concessionárias. A ideia é tentar contemporizar. Primeiro, a legislação deverá levar algum tempo para ser aprovada. Depois, haverá a espera por licenças e a construção. Além da espera natural para a viabilização de um aeroporto de grande porte, as regras para terminais privados poderão incluir “períodos de carência” para a concorrência em segmentos como o de voos internacionais.

Procurados, os consórcios responsáveis pelos aeroportos de Guarulhos e Viracopos não quiseram comentar o tema. No entanto, fontes dizem que o clima nas empresas é de apreensão. “O Brasil precisa de investidores estrangeiros para obras de infraestrutura. E esse tipo de tratamento é o que pode arranhar toda a economia”, afirma um executivo do setor, que pediu para não ser identificado.

Na avaliação de fontes de mercado, o consórcio de Guarulhos (formado pela Invepar e pela sul-africana ACSA) seria menos prejudicado por Caieiras do que o de Viracopos (UTC Participações, Triunfo Participações e Egis), que começa agora a se apresentar como uma alternativa a Guarulhos para voos internacionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.