Economia

Governo não recebeu comunicado oficial de desistência de Adriano Pires, diz Ministério

Pires desiste de indicação à presidência da Petrobras por conflito de interesse, diz jornal

Governo não recebeu comunicado oficial de desistência de Adriano Pires, diz Ministério Governo não recebeu comunicado oficial de desistência de Adriano Pires, diz Ministério Governo não recebeu comunicado oficial de desistência de Adriano Pires, diz Ministério Governo não recebeu comunicado oficial de desistência de Adriano Pires, diz Ministério
Foto: Pedro França/Agência Senado

O Ministério de Minas e Energia emitiu nota oficial em que nega ter conhecimento da desistência de Adriano Pires para comandar a Petrobras. 

 “O Palácio do Planalto e o Ministério de Minas e Energia não receberam nenhum comunicado oficial do Senhor Adriano Pires nesta segunda-feira (04/04)”, diz a assessoria de imprensa da pasta.

No entanto, como mostraram o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Adriano Pires já desistiu de assumir o comando da estatal depois de o governo receber informações de que o nome do indicado não seria aprovado pela política de governança da empresa.

Pires desiste de indicação à presidência da Petrobras por conflito de interesse

Indicado para a presidência da Petrobras, Adriano Pires, desistiu de assumir o comando da empresa depois de o governo Bolsonaro receber informações de que o nome dele não passaria no “teste” de governança da empresa, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo junto a fontes credenciadas. 

A desistência, comunicada ao Palácio do Planalto, vem depois de o Estadão revelar que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que Pires fosse impedido de assumir o cargo enquanto não houvesse uma investigação do governo (Controladoria-Geral da União e Comissão de Ética) e da Petrobras sobre a atuação dele no setor privado.

Ele foi indicado pelo governo como o terceiro presidente da Petrobras. Antes do general Silva e Luna (que ainda está no cargo), o comando era de Roberto Castello Branco.

Como sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pires tem contratos de longo prazo com petroleiras e empresas de gás, como a Cosan. Ele teria que abrir mão dos negócios.

Segundo fontes, Pires achou que daria simplesmente para passar para o filho, o que não é permitido pelas regras de governança da estatal. Com o impedimento, ele decidiu abrir mão do comando da Petrobras.

A checagem do nome de dirigentes por empresas de fora da Petrobras é uma obrigação das regras da estatal, que tem ações na Bolsa.

Com o alerta da Petrobras apontado conflito de checagem, os patrocinadores da indicação de Pires no governo foram retirando o apoio. “O cara é um conflito ambulante”, resumiu uma fonte do Palácio do Planalto.

Alinhado com o ministro das Minas e Bento Albuquerque, a indicação de Pires também é vista com restrições por integrantes da equipe econômica que participaram das negociações da lei do gás.

Na votação da Medida Provisória que permitiu a privatização da Eletrobras, Pires se aproximou de lideranças do Centrão, entre eles, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que teria pavimentado o acesso dele e de Pires ao gabinete de Bolsonaro.