Economia

Governo não teme discussão sobre emprego, diz Miriam Belchior

Governo não teme discussão sobre emprego, diz Miriam Belchior Governo não teme discussão sobre emprego, diz Miriam Belchior Governo não teme discussão sobre emprego, diz Miriam Belchior Governo não teme discussão sobre emprego, diz Miriam Belchior

Brasília – A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou que “têm saído informações truncadas sobre o IBGE” e rebateu as críticas de que o governo temeria a publicação de dados sobre desemprego. Nos últimos dias, o instituto enfrenta um crise que começou com a informação de que a divulgação da Pnad Contínua seria suspensa até janeiro de 2015.

“Quanto a insinuações de que governo temeria dados da Pnad contínua, eu gostaria de dizer que, se tem algo que esse governo não se preocupa, é com discussão com relação a emprego. Emprego é uma discussão que esse governo não teme”, afirmou. Ela argumentou que os dados de desemprego da PME caíram, de 2012 para 2013, menos que os da Pnad – cuja divulgação está suspensa. “Qual seria o interesse do governo em esconder dados sobre emprego?”, questionou a ministra. “A população deste País sabe muito bem quem criou emprego nos últimos anos.”

A ministra afirmou que o IBGE “tem plena e completa autonomia pra tomar decisões sobre pesquisas que realiza”. Ela disse, ainda, que a Pnad Contínua “é fruto de muitos anos de trabalho durante governo Lula e Dilma. “A Pnad Continua é do governo e do estado brasileiro. O governo investiu recursos para que ela fosse feita.”

Miriam Belchior afirmou que a legislação relacionada ao Fundo de Participação dos Estado (FPE), discutida no Congresso no ano passado, estabeleceu nova forma de calcular o FPE de cada estado e introduziu duas variáveis: a população e a renda domiciliar. “São dois dados novos que precisarão ser usados para calcular a transferência de recursos do governo federal para estados”, explicou.

De acordo com a ministra, o calendário da Pnad Contínua previa disponibilizar dado de renda domiciliar em dezembro de 2015. O IBGE contava que nova regra só fosse implementada a partir de 2017.

Segundo a ministra, depois de uma audiência pública e de um requerimento no Senado, o IBGE “percebeu que estava trabalhando com data diferente”. “O IBGE percebeu que em vez de ter dois anos para colocar dados a disposição, tem apenas até janeiro do ano que vem, ou seja, menos de um ano.”

“Ficaram preocupados de não conseguir fazer isso com qualidade que caracteriza pesquisas do IBGE. O instituto esta refazendo seus planos de trabalho.” A ministra fez questão de dizer, ainda, que o conselho diretor é formado exclusivamente por servidores do próprio IBGE.

“Eu considero que ainda bem que isso veio à tona neste momento. A direção e a equipe técnica do IBGE têm capacidade de reformular o cronograma e cumprir prazos estabelecidos na lei”, concluiu.

Corte

Belchior também afirmou que fica difícil preservar qualquer órgão, como o IBGE, no momento que o governo passa por um corte de R$ 44 bilhões no orçamento. “Todos os ministérios tiveram contingenciamento. Até o PAC que nunca teve corte, teve um contingenciamento de R$ 7 bilhões esse ano”, justificou.

A ministra disse que o orçamento do IBGE caiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,8 bilhão, recursos ainda suficientes para preservar todas as pesquisas conjunturais do órgão como a PNAD contínua. “É difícil poupar algumas áreas quando se quer fazer uma meta fiscal de 1,9% do PIB”, disse.