Economia

Governo quer atrair EUA para concessões de infraestrutura, diz Dyogo

Governo quer atrair EUA para concessões de infraestrutura, diz Dyogo Governo quer atrair EUA para concessões de infraestrutura, diz Dyogo Governo quer atrair EUA para concessões de infraestrutura, diz Dyogo Governo quer atrair EUA para concessões de infraestrutura, diz Dyogo

Brasília – O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta quinta-feira, 8, que o governo quer atrair investidores privados americanos para as concessões de infraestrutura. Segundo o ministro, embora diversas empresas dos Estados Unidos atuem no País, elas não costumam trabalhar no regime de concessões.

“O objetivo e o desafio é que tenhamos empresas americanas em rodovias, ferrovias e aeroportos”, afirmou, após participar da 1.ª Reunião Anual Brasil – Estados Unidos sobre desenvolvimento de infraestrutura, no Ministério do Planejamento.

Uma das únicas empresas que atuam dessa forma é o grupo AES, que detém a concessão da distribuidora de energia Eletropaulo, e atua na Região Metropolitana de São Paulo. Neste ano, o grupo vendeu as operações da AES Sul para a CPFL.

O ministro disse que o objetivo é desenvolver parcerias e identificar dificuldades financeiras e barreiras legais que atrapalhem os investimentos em infraestrutura nos dois países. Segundo Dyogo, não há uma meta de investimentos a ser atingida a partir dessa reunião. O estoque de investimentos americanos no Brasil soma US$ 120 bilhões.

Ele destacou que o governo já vem adotando ações para facilitar a participação estrangeira nas concessões de forma geral. “Ampliamos o prazo entre o lançamento de editais e realização de leilões em pelo menos 100 dias, estamos publicando os editais em inglês e retiramos algumas exigências prévias para facilitar a chegada de novos entrantes”, afirmou.

Dyogo mencionou ainda que o governo realizou road shows em Nova York, Londres e Paris para apresentar os projetos de infraestrutura e firmou acordo com a Itália, França e China. “É uma ação ampla de aproximação do Brasil com vários países para atrair investidores estrangeiros para colaborar com o desenvolvimento de nossa infraestrutura.”

Potencial grande

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, disse que o potencial de investimentos americanos no País é grande. “A ideia é identificar de que maneiras o setor privado pode participar de projetos de infraestrutura”, afirmou. Na avaliação dela, essa é uma forma de gerar empregos em ambos os países.

O presidente-executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini, disse que a participação americana em investimentos em infraestrutura no País tem sido historicamente baixa.

“Diante das mudanças recentes que tivemos no cenário político, e mudanças como maior razoabilidade para o retorno dos investimentos, mais segurança jurídica e estabilidade nas regras dos contratos de concessão, esse é o momento apropriado para que possamos nos aproximar dos EUA”, disse.

Segundo ele, apenas para repor a depreciação da infraestrutura brasileira, o País teria que investir o equivalente a 3% do PIB nos próximos dez anos, mas, atualmente, esse índice é de 2%.

“Para retomar o crescimento econômico, teríamos que investir 5% do PIB em infraestrutura. Isso é uma tarefa complexa, que requer clareza nas regras e segurança jurídica”, afirmou Tadini. “Não é um passe de mágica. Não basta a vontade de fazer acontecer, mas um trabalho árduo, com definições claras de médio e longo prazos para dar clareza sobre o que é prioritário e o que é preciso para atrair a iniciativa privada.”