Economia

Governo se prepara para encarar batalha da comunicação

Governo se prepara para encarar batalha da comunicação Governo se prepara para encarar batalha da comunicação Governo se prepara para encarar batalha da comunicação Governo se prepara para encarar batalha da comunicação

A estratégia de comunicação da reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro já começou a ser azeitada em conjunto com a articulação política para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC). O governo decidiu que não vai dar um passo sequer na divulgação do texto sem que a comunicação esteja bem organizada para evitar os erros ocorridos na tramitação da proposta do ex-presidente Michel Temer.

O secretário de Previdência, Rogério Marinho, e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, se reuniram ontem e anteontem para acertar pontos da estratégia de comunicação para a reforma. Diante da urgência, terá uma política diferenciada do resto da Secretária de Comunicação. Depois de suspender os contratos, a ideia do governo é criar uma agência de comunicação, mas avaliação no momento é de que a reforma não pode esperar e terá prioridade no orçamento da área.

Devido à avaliação de que a comunicação da reforma de Michel Temer começou tarde demais, quando a opinião publica já estava contaminada pelo discurso contrário à mudanças, o Ministério da Economia entende que não pode apresentar a proposta no plenário da Câmara, entre a segunda e terceira semana de fevereiro, sem que a linha da comunicação esteja definida.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, é fundamental que a comunicação convença a opinião pública da necessidade da mudança para que tenha efeito sobre os deputados e senadores. O foco na justiça social e na contribuição de todas as categorias para a reforma será essencial para construir a narrativa pró-reforma.

Busca de votos

Outro passo da estratégia do governo deve ser a troca da relatoria da reforma. O deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), que conduziu os trabalhos na comissão especial, é considerado um aliado, mas pode dar lugar a um parlamentar que se engaje na busca pelos votos.

O nome precisa ser acordado entre Marinho, Casa Civil e Maia. Essa seria mais uma jogada de marketing e de articulação política, já que o relator perde muito poder no plenário e não pode sequer apresentar sozinho a emenda aglutinativa, que precisa partir de lideranças ou de autores de emendas. “Todo mundo quer relatar o projeto. Eu gostaria de relatar porque a minha campanha foi feita com base na pauta econômica”, disse a deputada, Joice Hasselmann (PSL-SP).

O secretário Marinho também tem sido aconselhado desde já a mapear os principais interlocutores dentro dos grupos de lobby contra a reforma para conseguir estancar de forma mais eficiente a pressão por flexibilizações.

Na Câmara dos Deputados, a liderança do governo vai começar na semana que vem a montar sua estratégia para as negociações das votações com os deputados.

A avaliação é de que é preciso construir uma base sólida de apoio, já que a reunião dos maiores partidos da Casa (inclusive o PSL do presidente Jair Bolsonaro) num mesmo bloco não é garantia de que todos esses 301 votos virão automaticamente.

A ideia é deixar muito claro qual será o caminho do diálogo entre o Congresso e o governo, principalmente num cenário em que a Casa Civil recebeu diversos ex-deputados com a missão de operar nas articulações no Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.