Economia

Governo vai revisar modelo de leilão de linhas de transmissão, afirma Braga

Governo vai revisar modelo de leilão de linhas de transmissão, afirma Braga Governo vai revisar modelo de leilão de linhas de transmissão, afirma Braga Governo vai revisar modelo de leilão de linhas de transmissão, afirma Braga Governo vai revisar modelo de leilão de linhas de transmissão, afirma Braga

Brasília – Depois do fracasso do leilão de linhas de transmissão na semana passada, o governo vai rever o modelo das licitações do setor e vai buscar novos competidores no exterior para esse mercado. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, o governo também precisa trabalhar para aprovar no Congresso Nacional a emenda constitucional que estabelece um fast-track para agilizar a tramitação dos licenciamentos desses empreendimentos.

“Estamos com problemas de licenciamento, não tanto ambiental, mas uma série de outras licenças fundiárias, e só há um jeito de resolver: a emenda do fast-track precisa ser aprovada. Achamos que 70% dos nossos problemas se resolvem com o fast-track“, disse o ministro.

Segundo Braga, sem que o licenciamento dessas obras ande mais depressa, o governo precisa precificar essa questão no edital, o que “explodiria” as taxas de remuneração (WACC) dessas linhas de transmissão. “O problema é que o Tribunal de Contas da União (TCU) não aprova essas taxas e a sociedade brasileira também não aprova”, afirmou. “O leilão da semana passada deu deserto, mas já tinham dado deserto em 2014, ou seja, já um replay. A taxa de remuneração subiu de 7% para 15% e não resolveu”, avaliou, citando o leilão do último dia 26, no qual apenas quatro dos 11 lotes ofertados receberam lances.

O ministro adiantou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai usar o terceiro bipolo de Teles Pires – linha que será usada para escoar a energia das usinas de São Manuel e Sinop – para ser o “protótipo” do que pode ser essa taxa de remuneração em um cenário no qual a emenda constitucional não seja aprovada. Segundo ele, na proposta da agência – que irá para consulta pública – o porcentual para o capital próprio nesses empreendimentos terá que crescer. “O dinheiro está mais escasso e mais caro, então precisamos ajustar essa taxa de remuneração de capital próprio”, argumentou.

Braga comentou ainda que outro problema do setor de transmissão é a presença de poucas empresas competindo no mercado brasileiro, que seriam quatro companhias públicas e três privadas, além de dez SPEs entre elas. “A nossa demanda por infraestrutura no setor precisa de mais players para participarem desse mercado. Vamos arredondar a questão e vamos fazer um road show para trazer mais competidores, como os americanos e os russos. Irei à Rússia apresentar nosso modelo de linhas de transmissão”, anunciou.