Economia

Greve de caminhoneiros afetou embarques em Santos em abril, diz MDIC

Greve de caminhoneiros afetou embarques em Santos em abril, diz MDIC Greve de caminhoneiros afetou embarques em Santos em abril, diz MDIC Greve de caminhoneiros afetou embarques em Santos em abril, diz MDIC Greve de caminhoneiros afetou embarques em Santos em abril, diz MDIC

Brasília – A greve dos caminhoneiros e o incêndio que atingiu tanques de combustível no Porto de Santos (SP) contribuíram para a queda nas exportações no mês de abril, na comparação com o mesmo período do ano passado. No mês passado, as vendas ao exterior recuaram 23,2%. Com isso, o saldo comercial brasileiro registrou um superávit de US$ 491 milhões em abril – resultado de exportações de US$ 15,156 bilhões e importações de US$ 14,665 bilhões.

De acordo com o diretor de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Herlon Brandão, as chuvas, que impediram principalmente o embarque de mercadorias a granel, também influenciaram o resultado, assim como a safra tardia da soja neste ano. “Esse é o segundo mês com superávit neste ano, o que era esperado no comportamento sazonal da balança comercial”, afirmou.

Para Brandão, apesar da safra recorde de soja e da estimativa de se exportar um volume inédito da commodity esse ano, o aumento do volume embarcado não deverá ser suficiente para compensar a queda de preço do grão no mercado internacional. Em relação a abril do ano passado, o preço da soja caiu 32,7%.

“O minério de ferro também deve ter volume recorde exportado em 2015, mas a queda de preço dessa commodity também não será compensada pelo volume vendido”, acrescentou. No caso do minério, a queda de preço é de 51,6% na comparação anual. “O preço do minério de ferro está melhorando mas, ao persistir a recuperação, vamos sentir a melhora (na balança) só em junho”, completou.

Apesar de comentar que a valorização do dólar em relação ao real tem efeito positivo para os exportadores brasileiros, Brandão afirmou que o ministério ainda não tem dados suficientes para estimar o tamanho desse impacto. Ele destacou que a volatilidade da moeda ainda atrapalha em parte o setor exportador. “É necessária uma estabilidade no câmbio para que os exportadores tenham previsibilidade. No agregado ainda não é possível perceber efeito do câmbio nas exportações”, completou.

Mesmo nesse cenário, o ministério continua apostando em um superávit comercial em 2015. No acumulado do ano até o fim de abril, a balança continua no vermelho, com déficit de US$ 5,066 bilhões. As exportações somaram US$ 57,931 bilhões nos primeiros quatro meses desse ano e as importações totalizaram US$ 62,997 bilhões. No ano passado, o déficit no primeiro quadrimestre foi maior, de US$ 5,573 bilhões.

Houve queda nas exportações para todos os principais blocos econômicos no primeiro quadrimestre. O recuo foi mais acentuado para a Ásia (23,8%), principalmente por causa da queda de 31,6% nas vendas para a China. O resultado para o país asiático foi influenciado principalmente pela queda no preço do minério de ferro e das vendas de soja em grão.

Até abril, a balança comercial com a China é deficitária em R$ 2,527 bilhões. “No comércio com a China, tradicionalmente o Brasil é superavitário, mas tem déficits sazonais nos primeiros meses do ano. A tendência é ter superávit ao longo dos próximos meses do ano, quando a soja entrar de maneira mais significativa”, espera Brandão.