Economia

Grupos oferecem metade do preço para levar fábrica da Braspérola

Companhias capixaba e mineira apresentaram propostas abaixo do valor mínimo, que em três úteis serão apresentadas ao juiz de Recuperação Empresarial e Falência, que validará ou não

Leilão foi realizado pela segunda vez nesta sexta-feira (12) Foto: Divulgação/TJES

Mais uma vez, o leilão da área onde fica a fábrica Braspérola, às margens da BR-262, em Cariacica, terminou sem arrematação. Nenhum dos grupos participantes do pleito manifestou intenção de adquirir o complexo pelo valor mínimo exigido no pregão: R$ 48,3 milhões.

Dois grupos, um capixaba e um mineiro, apresentaram propostas abaixo do valor mínimo, que foram registradas pelo leiloeiro e em um prazo de 72 horas úteis serão apresentadas ao juiz da Vara de Recuperação Empresarial e Falência de Vitória, responsável por homologar ou não o resultado do leilão. 

O advogado Ricardo Leão, que é auxiliar do administrador judicial da massa falida Rogério Keijok Spitz, atribui à crise econômica a falta de lances superiores ao inicial e explicou que, se as propostas não forem homologadas, um novo leilão deve ser marcado. “Acredito que o juiz não aceitará o valor das propostas”, afirmou. 

Os capixabas sinalizaram com o valor de R$ 24 milhões a ser pago por toda a área, com entrada de 30% do valor e o restante a ser quitado em 48 vezes. Os empresários também se propuseram a arcar com os mais de R$ 5 milhões em IPTU atrasados e o descarte das 80 toneladas de lixo tóxico e cerca de 4 mil metros cúbicos de líquido também tóxico, avaliado em R$ 3,169 milhões.

Já o grupo de Minas Gerais ofereceu uma proposta de R$ 22,5 milhões apenas pela área 2 do terreno da Braspérola, de aproximadamente 181 mil m². É neste local que está localizada a estrutura física da fábrica, além de ser a parte do complexo que faz divisa com o rio Formate. A intenção dos mineiros é quitar o negócio com uma entrada de 30% do valor total e o restante a ser pago em 36 vezes. A Consultoria também arcaria com o débito de IPTU e se propôs a dividir os custos do passivo ambiental.

Histórico

A Braspérola foi uma empresa que produzia linho para exportação. No final da década de 1990 e começo dos anos 2000, começou a ter problemas financeiros e o complexo de Cariacica, que produzia linho fino, foi fechado.

A justiça determinou que o terreno e a fábrica fossem leiloados para pagamento de credores. O valor mínimo no primeiro leilão, de R$ 80,5 milhões, foi estipulado em processo que tramita desde o fechamento da fábrica. Como nenhum grupo apresentou lances acima do preço estipulado, o leilão foi adiado para essa sexta-feira.