Economia

Paulo Guedes sugere que demitiria grevistas se Petrobras fosse empresa privada

A reivindicação é pela valorização da segurança e emprego dos trabalhadores, que, segundo a entidade, está em risco por conta das demissões dos últimos anos

Paulo Guedes sugere que demitiria grevistas se Petrobras fosse empresa privada Paulo Guedes sugere que demitiria grevistas se Petrobras fosse empresa privada Paulo Guedes sugere que demitiria grevistas se Petrobras fosse empresa privada Paulo Guedes sugere que demitiria grevistas se Petrobras fosse empresa privada
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu que demitiria os grevistas da Petrobras se a estatal fosse uma empresa privada comandada por ele. “Você tem excelentes salários (na Petrobras), bons benefícios, você tem quase estabilidade de emprego e tenta usar o poder político para tentar extrair aumento de salário no momento em que há desemprego em massa? Se fosse uma empresa privada e eu fosse o presidente de uma empresa privada, eu sei o que eu faria”, afirmou o ministro.

“Cheio de gente procurando emprego e tem gente que fica fazendo greve?”, criticou o ministro, em entrevista coletiva em Washington, nesta segunda-feira, 25.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), representante de uma parcela dos empregados da Petrobras, entre eles os trabalhadores das plataformas instaladas na Bacia de Campos, manteve a decisão de realizar uma greve de cinco dias a partir desta segunda-feira. A reivindicação é pela valorização da segurança e emprego dos trabalhadores, que, segundo a entidade, está em risco por conta das demissões dos últimos anos.

Segundo o sindicato, algumas unidades da refinaria Rlam, instalada na Bahia, podem parar entre a noite desta segunda e terça-feira por falta de revezamento de turnos.

O ministro disse que o governo não estuda a privatização da Petrobras e nem articula demissões dos grevistas, mas que o posicionamento sobre a situação atual dos petroleiros é a sua “reação natural”.

“O que eu sei é que a Petrobras foi destruída e eles (petroleiros) estavam trabalhando lá, deveriam ter evitado a destruição da Petrobras. Tomara que eles estivessem bem alertas nesse tempo todo para merecer o aumento (salarial)”, disse o ministro.

Após intervenção de um repórter que afirmou que os grevistas não são os integrantes da direção da empresa – que tomaram medidas decisórias na época do escândalo de corrupção que atingiu a Petrobras, o ministro seguiu: “Por que não houve uma greve na época para parar o assalto na Petrobras?. Petroleiros deveriam estar celebrando a recuperação financeira da empresa. Quando ela estava quebrada ninguém pediu para abaixar o salário, né?”.

Guedes participou nesta segunda-feira (25) em Washington do Fórum de Altos Executivos Brasil-EUA. A reunião de 20 executivos de empresas que atuam nos dois países foi retomada depois do encontro do presidente Jair Bolsonaro com Donald Trump, em março, e tem como objetivo identificar pontos em que os dois países podem facilitar comércio e investimentos.