Economia

Houve choques idiossincráticos na inflação, afirma diretor do BC

Houve choques idiossincráticos na inflação, afirma diretor do BC Houve choques idiossincráticos na inflação, afirma diretor do BC Houve choques idiossincráticos na inflação, afirma diretor do BC Houve choques idiossincráticos na inflação, afirma diretor do BC

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, falou nesta quinta-feira,8, sobre como o cenário econômico mudou entre agosto do ano passado, quando Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic para 2,00% ao ano, e agora, após a primeira elevação de juros do novo ciclo, para 2,75% ao ano. Segundo ele, o consenso do colegiado e do mercado em agosto do ano passado era o de que a inflação continuaria em patamares muitos baixos, o que possibilitaria um estímulo monetário extraordinário, bem como o uso do “forward guidance” a partir daquele momento com critérios para que os juros não voltassem a subir.

Para Kanczuk, os choques de alimentos no Brasil são idiossincráticos, bem como a bandeira tarifária nas contas de luz. “Mas isso tem um impacto menor. O grande efeito mais recente veio da inflação importada de commodities, que continua crescendo e surpreendendo a todos em apenas uma direção. Esse impacto foi gigante”, afirmou, em evento promovido pelo BNY Mellon.

O diretor do BC argumentou que o Copom fez um bom no trabalho em relação à inflação de serviços, mas reconheceu que os preços dos bens industriais subiram mais do que o esperado pela autoridade monetária, devido a algumas interrupções de cadeias de suprimentos. “Isso foi uma surpresa que nós não devemos ter no futuro. A segunda onda da pandemia não é mais sem precedentes, porque houve a primeira onda e aprendemos com ela”, completou.

Crescimento da economia

Fabio Kanczuk disse ainda que a autoridade monetária ainda está aprendendo com o que aconteceu com o crescimento da economia nos últimos meses, com resultados mais positivos do que era previsto pelo Copom e pelo mercado. “Acreditávamos que, apesar das classes mais ricas terem poupado bastante, eles não iriam voltar a consumir agora, porque ainda estariam com receio do que iria acontecer. Já os mais pobres que receberam o auxílio emergencial consumiram mais e não pouparam recursos”, afirmou.

Kanczuk reforçou que o cenário básico do Copom aponta que a inflação caminha para perto da meta no horizonte relevante, que ainda incluía 2021 na última reunião, do mês passado.

O diretor repetiu que, após a alta de 0,75 ponto porcentual na Selic em março para 2,75% ao ano, o modelo aponta para uma nova elevação de 0,75 p.p. na taxa para 3,50% em maio.