Bitcoin: jogo de azar ou revolução financeira? Bitcoin: jogo de azar ou revolução financeira? Bitcoin: jogo de azar ou revolução financeira? Bitcoin: jogo de azar ou revolução financeira?
Foto; Freepik
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*Artigo escrito por Luana Nandorf, gerente de Agência Sicredi, proprietária do Café Nandorf e presidente do Ibef Academy.

O Bitcoin, criado em 2009, é até hoje uma das inovações mais debatidas do cenário financeiro global. Enquanto alguns o enxergam como um ativo especulativo, comparável a um jogo de azar moderno ou a operações arriscadas de day trade, outros o consideram uma revolução que propõe uma nova forma de lidar com o dinheiro.

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A verdade, no entanto, pode estar além dos extremos: o Bitcoin tem características que o tornam mais do que um simples ativo volátil, ainda que não substitua completamente os meios de pagamento tradicionais.

De fato, a oscilação de preços do Bitcoin é expressiva. Entre 2010 e 2021, seu valor saltou de US$ 0,08 para mais de US$ 68 mil. Ele recuou depois e se estabilizando em torno de US$ 65 mil em 2025.

Essa volatilidade leva críticos, como o economista Nouriel Roubini, a afirmarem que o Bitcoin não possui fundamentos econômicos sólidos. Sendo, para eles, uma aposta arriscada em um mercado desregulado.

No entanto, essa leitura ignora a base tecnológica e filosófica da criptomoeda, que teve sua concepção como uma rede descentralizada, segura e sem controle estatal direto.

Para Andreas Antonopoulos, autor de “Mastering Bitcoin“, “o Bitcoin é muito mais do que um investimento; ele é uma forma de resistência contra sistemas financeiros centralizados e vulneráveis a manipulações políticas e econômicas”.

Com emissão limitada a 21 milhões de unidades, o Bitcoin traz um modelo escasso de moeda, contrastando com a política de emissão infinita das moedas fiduciárias. Essa característica o aproxima do conceito de reserva de valor, comparável ao ouro.

Crescimento do Bitcoin

A CEO da Ark Invest, Cathie Wood, aponta que o Bitcoin poderá alcançar um valor de mercado de US$ 1 milhão até 2030, se seguir sua adoção crescente.

A funcionalidade do Bitcoin vai além da especulação. Em países como Argentina e Nigéria, onde a inflação supera os 200% ao ano, ele tem sido utilizado como instrumento real de proteção do poder de compra.

Segundo o Chainalysis Crypto Adoption Index, essas nações estão entre as que mais utilizam o Bitcoin no cotidiano, o que evidencia sua utilidade prática.

Grandes empresas como Tesla, Microsoft e PayPal já aceitaram a criptomoeda como forma de pagamento. Mais de 46 milhões de americanos — cerca de 14% da população — já compraram ou usaram Bitcoin, segundo pesquisa da NYDIG.

Apesar de sua volatilidade, o Bitcoin representa uma forma de liberdade financeira. Como diz Jack Dorsey, cofundador do Twitter e da Block, “Bitcoin é um sistema financeiro para aqueles que não têm acesso ao sistema financeiro”.

Ele não tem o objetivo de extinguir as moedas tradicionais, mas de complementar o sistema financeiro. Dessa forma, oferecendo mais autonomia ao indivíduo, especialmente em contextos onde o acesso ao sistema bancário é limitado.

Portanto, acreditar que o Bitcoin é apenas uma aposta é reduzir uma tecnologia disruptiva a um estereótipo. Seu potencial como meio de pagamento, reserva de valor e símbolo de descentralização financeira o coloca como uma das principais inovações deste século.

Embora não substitua todos os meios de pagamento, o Bitcoin tende a ocupar um espaço cada vez mais relevante. O qual combina estabilidade futura e liberdade de escolha.

Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.

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