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Chelsea Women: futebol feminino levado a sério

Gestão independente e profissional garante títulos e estabilidade ao Chelsea Women, em contraste com a realidade dos clubes brasileiros

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O Chelsea é o terceiro clube mais valioso do mundo, com €13,4 milhões em receita (cerca de R$85 milhões). Foto: Divulgação/ Chelsea FC
O Chelsea é o terceiro clube mais valioso do mundo, com €13,4 milhões em receita (cerca de R$85 milhões). Foto: Divulgação/ Chelsea FC

*Artigo escrito por Eric Alves Azeredo, professor, executivo, advogado, CEO da AZRD e líder do comitê qualificado de Conteúdo de empreendedorismo e gestão do Ibef-ES.

O Chelsea Football Club Women foi criado em 1992, com o nome de Chelsea Ladies Football Club. Ele tem sido o maior exemplo de sucesso no futebol feminino mundial.

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Recentemente, conquistou seu oitavo título nacional (sexto consecutivo) da Women’s Super League, de forma invicta, após a disputa de vinte e duas partidas.

É o terceiro clube mais valioso do mundo, com €13,4 milhões em receita (cerca de R$85 milhões). Sendo superado pelo Barcelona, da Espanha, e pelo Arsenal, da Inglaterra, com receitas iguais a €17,9 milhões (aproximadamente R$114 milhões).

Um dos fatores importantes para o sucesso do Chelsea Women foi a manutenção de sua treinadora à frente do elenco por várias temporadas.

Durante doze anos, a britânica Emma Hayes, considerada uma das melhores treinadoras do mundo, dirigiu o time, vencendo a Super Liga Feminina em sete ocasiões. Sendo, dessa forma, cinco delas consecutivas, afastando-se do comando técnico da equipe no final de 2024 para assumir a seleção dos Estados Unidos.

Dessa maneira, outro fator importante para o sucesso do Chelsea Women é sua gestão independente do time de futebol masculino. Um exemplo que deveria ser seguido por todos que trabalham com o futebol feminino.

No Brasil, além disso, quando a má gestão leva um clube ao rebaixamento de série, o reflexo se dá quase que instantaneamente no futebol praticado pelas mulheres. Há diversos exemplos verificados nos últimos anos.

Má gestões no futebol feminino

Em 2021, após a queda do Botafogo do Rio de Janeiro para a Série B, os dirigentes do clube comunicaram o encerramento das atividades do time sub-18 feminino. Além da demissão de mais de 90 funcionários.

No ano seguinte, em 2022, quando houve o rebaixamento do time masculino do Ceará para a Série B, a direção do clube resolveu não disputar a Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino, para priorizar a volta para a Série A. Com isso, o time, automaticamente se rebaixou para a Série A3.

Fato semelhante aconteceu com o Santos em 2023, quando o time masculino caiu para a Série B do Brasileirão. Com o rebaixamento, a proposta orçamentária teve uma redução de mais de R$1 milhão, com reflexo imediato no futebol feminino.

As melhores jogadoras saíram do clube e, sem as recomposições devidas, a consequência foi a queda do time para a Série A2 no ano seguinte.

Mais recentemente, a triste história se repete com o Athlético Paranaense.

Dessa forma, com o rebaixamento de seu time masculino para a Série B do Campeonato Brasileiro em 2024, uma das medidas adotadas pela direção do clube foi comunicar a extinção do seu time de futebol feminino, em mais um ciclo que parece não ter fim.

Portanto, se os clubes querem atingir um nível minimamente aceitável de confiabilidade no futebol feminino, urge a necessidade de haver uma gestão séria, profissional e que tenha total independência dos resultados alcançados pelo seu time masculino.

Enquanto não houverem medidas, estaremos sempre lendo com tristeza o encerramento das atividades de equipes promissoras que não têm autonomia para gerir seu próprio caminho.

 Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.

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