*Artigo escrito por Nadia Moreira, professora, coordenadora do programa acadêmico de pós-graduação da Fucape e membro do comitê qualificado de conteúdo de inovação e tecnologia do Ibef-ES.
A computação quântica é um dos assuntos mais comentados quando se fala em futuro da tecnologia. Ela promete transformar a maneira em que os problemas são resolvidos, trazendo avanços para áreas como saúde, finanças, transporte e segurança digital.
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Mas afinal, o que é computação quântica e por que ela ainda parece tão distante da realidade das empresas brasileiras?
A computação quântica é uma nova forma de processar informações, muito diferente dos computadores de hoje. Ela, aliás, permite a realização de cálculos extremamente complexos em uma velocidade muito superior à dos computadores atuais.
Na prática, isso significa que tarefas que levariam anos para serem resolvidas por um computador comum podem ser feitas em minutos por um computador quântico.
Imagine criar um novo remédio, planejar rotas de entrega para milhares de caminhões ou proteger dados sensíveis de ataques virtuais. Essa tecnologia tem potencial para transformar profundamente cada um desses processos.
Quem já está usando?
No mundo, gigantes como Google, IBM e Microsoft lideram os investimentos em computação quântica. No Brasil, bancos como Itaú e Bradesco já estão experimentando a tecnologia para melhorar a análise de investimentos e prever cenários econômicos. Mas, por enquanto, são iniciativas pontuais, voltadas para pesquisa e inovação.
Por que essa revolução ainda não chegou para todo mundo?
Apesar de todo esse potencial, a computação quântica ainda está restrita a poucas empresas e centros de pesquisa. Os principais motivos são:
- Custo muito alto: montar e operar um computador quântico custa milhões de dólares e eles precisam estar em ambientes supercontrolados, com temperaturas quase tão frias quanto as do espaço sideral.
- Falta de profissionais preparados: trabalhar com computação quântica exige conhecimentos muito específicos, que poucos profissionais têm hoje.
- A tecnologia ainda está amadurecendo: a maioria das aplicações práticas da computação quântica ainda está em fase de testes. Ou seja, por mais promissora que seja, ainda vai levar alguns anos até que ela esteja pronta para ser usada no dia a dia das empresas de forma ampla.
O que esperar para os próximos anos?
A tendência é que, aos poucos, a computação quântica fique mais acessível, principalmente por meio de serviços em nuvem, em que empresas podem “alugar” o uso desses supercomputadores. Além disso, a formação de novos profissionais e a colaboração entre empresas, universidades e governo serão fundamentais para que o Brasil não fique para trás nessa corrida.
Portanto, para gestores e líderes empresariais, o recado é claro: vale a pena acompanhar de perto os avanços da computação quântica, investir em capacitação e buscar parcerias estratégicas. Afinal, quando essa tecnologia estiver madura e acessível, quem estiver preparado terá uma vantagem decisiva.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.