*Artigo escrito por Dyego Frasson, advogado empresarial, especialista em ambientes de negócios e operações de M&A. Membro do comitê qualificado de conteúdo de ESG do Ibef-ES.
Impulsionado pela crescente demanda por soluções sustentáveis e pela intensificação das metas de redução de emissões, o mercado de créditos de carbono no Brasil em 2025 consolidou-se como elemento-chave das políticas ESG das empresas. Traduzindo compromissos ambientais em ativos financeiros de alto valor.
Leia também: A importância do planejamento na abertura de novos negócios
A urgência climática global e a adoção rigorosa de critérios de governança social e corporativa transformaram esses créditos em instrumento essencial para comprovar a dimensão “E” (Environmental) dos critérios ESG.
Desde a consolidação de sistemas internacionais, como o EU ETS, até a proliferação de projetos voluntários certificados, o setor aprimorou sua robustez técnica e passou a figurar de forma destacada nos relatórios de sustentabilidade das principais corporações.
Bancos e ESG
No universo de fundos especializados, a integração ESG se manifesta em produtos distintos. O BB Multimercado Carbono alinha a alocação em projetos de redução de emissões à política interna de responsabilidade socioambiental do Banco do Brasil. Enquanto o Vitreo Carbono FIM mescla swaps europeus com iniciativas de energia limpa no Brasil, reforçando a governança (“G”) ao selecionar contrapartes certificadas.
O Trend Carbono Zero e o Empiricus Carbono FIF oferecem exposição passiva e estratégias de arbitragem que obedecem a critérios ESG, garantindo transparência e qualidade nos ativos negociados.
Os Fiagros consolidam a conexão entre agronegócio e ESG, canalizando investimentos para sistemas agroflorestais e recuperação de áreas degradadas que geram CBIOs.
Além disso, com regras claras de governança e requisitos de reporte social (“S”), esses fundos — que somam R$ 43 bilhões em patrimônio — incentivam práticas sustentáveis no campo. O que estimula diversidade de cultivos e mitigando impactos ambientais, ao mesmo tempo em que oferecem retorno financeiro aos investidores.
ESG nos bancos do ES
No Espírito Santo, a iniciativa Banco Estadual de Crédito Verde, em parceria com o BNDES Fundo Clima, exemplifica a aplicação prática dos princípios ESG em âmbito regional.
Ao destinar até R$ 150 milhões para projetos de energia renovável e eficiência energética, o Banestes reforça seu compromisso ambiental. Contribui para a inclusão social ao apoiar micro e pequenas empresas capixabas e fortalece a governança do setor financeiro local.
nesse sentido, apesar dos avanços, desafios persistem na harmonização regulatória e na mensuração padronizada de impactos ESG. A incorporação de tecnologias como blockchain e inteligência artificial melhora a rastreabilidade e a qualidade dos dados ambientais, sociais e de governança.
Por fim, com projeções de ultrapassar R$ 100 bilhões em ativos sob gestão até 2030, o mercado de créditos de carbono, alinhado aos critérios ESG. Consolida-se como vetor essencial para a transição a uma economia de baixo carbono e orientada pela sustentabilidade.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.