Artigo Ibef-ES

Investimentos e desenvolvimento regional: papel do mercado de capitais

Mercado de capitais impulsiona as ‘Onças Brasileiras’ e leva prosperidade para além do eixo Rio-São Paulo

Leitura: 4 Minutos
Foto: Freepik
Foto: Freepik

*Artigo escrito por Erika Almeida, private banker na Apex e membro do comitê qualificado de conteúdo de economia e finanças do Ibef-ES

A descentralização do crescimento econômico é um dos pilares para a construção de um Brasil mais equilibrado e próspero.

A atração de investimentos para regiões fora do eixo Rio-São Paulo, como Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná — conhecidos como ‘Onças Brasileiras’, em referência aos tigres asiáticos — destaca estados com crescimento anual acima da média nacional.

Que, por sua vez, tem impulsionado o desenvolvimento local, gerado empregos, fortalecido cadeias produtivas e promovido maior inclusão econômica.

Mercado de capitais como vetor de crescimento regional

Nesse contexto, o mercado de capitais surge como um vetor estratégico para transformar potencial regional em crescimento sustentável.

Além disso, historicamente concentrado em São Paulo e Rio de Janeiro, o mercado financeiro brasileiro tem se expandido para além dos grandes centros. Isso, graças à interiorização dos investimentos e à maior profissionalização de empresas locais.

Veja também: O Novo Cenário de Competitividade para Empresas no ES

A entrada dessas empresas no mercado de capitais — seja por meio de IPOs, debêntures, FIDCs ou outros instrumentos — permite acesso a recursos de longo prazo com menor custo e maior autonomia.

Sobretudo, investidores ganham a oportunidade de diversificar suas carteiras com ativos ligados à economia real, mais conectados à sua própria região.

No Espírito Santo, por exemplo, políticas públicas de incentivo à industrialização, aliadas a uma logística portuária estratégica, têm atraído empresas dos setores de energia, celulose e petróleo.

A presença da Bolsa de Valores em iniciativas como a “Jornada ESG ES” e eventos de educação financeira mostra a maturidade crescente da região para integrar-se ao mercado de capitais.

Já Santa Catarina, com seu ecossistema tecnológico vibrante e forte tradição industrial, viu empresas como a Tupy e a Intelbras expandirem suas operações via emissões públicas. O que reforça o papel do capital como alavanca de inovação.

O Paraná, por sua vez, se destaca com cooperativas de crédito e agroindústrias. Que acessam o mercado financeiro por meio de CRAs e CRIs, conectando o campo ao investidor urbano.

Capital e desenvolvimento local

Esses exemplos comprovam que o desenvolvimento econômico regional não precisa estar dissociado da sofisticação financeira.

Ao contrário: quando o capital encontra projetos sólidos em regiões bem estruturadas, o resultado é um ciclo virtuoso de crescimento.

Logo, é essencial fortalecer a cultura de investimentos locais, aproximar empresas do mercado de capitais. Além disso, é essencial ampliar o número de assessores e agentes financeiros que compreendam as particularidades regionais.

Nesse sentido, a construção de um mercado de capitais mais democrático e representativo passa, necessariamente, pela valorização da diversidade territorial do Brasil.

Ao integrar regiões como Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná à dinâmica financeira nacional, ampliamos o acesso a recursos, estimulamos a inovação e promovemos uma economia mais inclusiva.

Esses estados, que já se destacam pelo crescimento acima da média, mostram que quando o capital encontra projetos sólidos em contextos regionais bem estruturados. Nesse sentido, o resultado é um ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável.

O futuro é regional e capitalizado

Portanto, fortalecer a cultura de investimentos locais, capacitar agentes financeiros e conectar investidores à economia real são passos fundamentais para descentralizar a prosperidade.

O futuro da economia brasileira será regional — e será também capitalizado.

Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.

IBEF-ES

Entidade de utilidade pública

Instituto Brasileiro de executivos de finanças - Espírito Santo

Instituto Brasileiro de executivos de finanças - Espírito Santo