Artigo Ibef-ES

ESG como gestão de riscos e retorno sustentável

Mais que tendência, ESG se consolida como ferramenta estratégica de mitigação de riscos e geração de valor para os negócios

Foto: Freepik
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*Artigo escrito por Rovena Mariano Cabral, administradora, coordenadora do Comitê ESG da Cesan, gestora da Divisão de Contratos e Documentos da Cesan e líder do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do Ibef-ES.

Sabe-se que o ESG deixou de ser uma agenda periférica defendida por ambientalistas e assumiu papel central na gestão estratégica das empresas.

Não se trata mais de um selo verde ou um compromisso social; conceito se consolida como uma ferramenta robusta de identificação, mitigação e resposta a riscos que afetam diretamente o desempenho financeiro e reputacional das organizações.

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ESG e negócios

Integrar indicadores ambientais, sociais e de governança aos relatórios financeiros e contábeis é um aprimoramento da gestão dos negócios. Os dados ESG ampliam a visão dos gestores sobre fatores que impactam a sustentabilidade do negócio a curto, médio e longo prazo — especialmente em um cenário de crescente pressão climática e social.

Indicadores de clima e sustentabilidade, por exemplo, ajudam a mapear vulnerabilidades antes invisíveis: desde a exposição a eventos extremos, como enchentes e secas, até o consumo excessivo de recursos, emissões de carbono e impactos em comunidades do entorno.

Com base nesses dados, as empresas conseguem tomar decisões mais assertivas, direcionar investimentos em mitigação e adaptação, proteger ativos e cadeias produtivas, e fortalecer sua resiliência operacional.

A gestão ativa desses indicadores é, portanto, um mecanismo de redução de riscos climáticos e ambientais, o que, por consequência, aprimora a governança e reforça o compromisso com a perenidade do negócio.

Esses dados, quando integrados aos sistemas de compliance e auditoria, tornam-se aliados estratégicos da governança corporativa. Permitem decisões mais informadas, antecipação de crises e fortalecimento da confiança de investidores — que, hoje, demandam clareza sobre os riscos não financeiros que podem comprometer o retorno de seus aportes.

Lucros e menor custo

Estudo da McKinsey & Company (2020), mostrou que empresas com desempenho ESG sólido apresentam menor volatilidade nos lucros, menor custo de capital e melhor performance em longo prazo.

Outro levantamento, da S&P Global, indica que companhias com forte gestão de riscos climáticos foram mais resistentes durante a pandemia, evidenciando que práticas sustentáveis não apenas reduzem perdas, mas geram vantagem competitiva.

Em um mercado em que, riscos se tornam crises em velocidade recorde, antecipar, mensurar e reportar impactos ESG pode ser o fator decisivo entre a sustentabilidade e o fracasso.

Ao invés de enxergar o ESG como um custo ou imposição regulatória, é hora de compreendê-lo como um diferencial competitivo.

A pergunta que se impõe não é mais se sua empresa deve adotar práticas ESG, mas sim: quanto risco você está disposto a assumir por ainda não tê-las integrado ao coração da sua estratégia?

Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.

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