Foto: Freepik
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*Artigo escrito por Aylton Dadalto, vereador de Vitória, advogado e membro do comitê qualificado de conteúdo de ESG do Ibef-ES.

Em cidades que buscam competitividade e atração de investimentos, as ações do poder público devem ter um foco central: garantir um ambiente seguro, eficiente e sustentável para quem vive, trabalha e empreende.

Segurança, nesse contexto, vai além do combate à criminalidade. Envolve a segurança econômica, estrutural e de circulação, criando um ecossistema urbano que favoreça tanto a qualidade de vida quanto a atividade empresarial.

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A mobilidade urbana representa um eixo estratégico para esse desenvolvimento. Em uma cidade em constante transformação, os direitos e deveres dos cidadãos e usuários do espaço público tornam-se ainda mais relevantes.

Segurança e acessibilidade

Um trânsito seguro, acessível e bem planejado é uma condição essencial para o bom funcionamento de uma economia urbana dinâmica.

Nos últimos anos, uma revolução silenciosa vem ocorrendo nos modos de transporte urbano, com destaque para a popularização das bicicletas elétricas (e-bikes).

Essas bicicletas — equipadas com motores de até 1000W e limite de velocidade de 32 km/h — oferecem uma alternativa inteligente. Além de sustentável e econômica para o deslocamento diário, especialmente em regiões com tráfego intenso.

Como ocorre com toda inovação, as e-bikes desafiam o modelo tradicional de mobilidade. O ponto central não está no veículo em si, mas na sua integração ao ecossistema urbano, em especial, entender qual é o seu lugar e seus limites.

Um ponto essencial que podemos trazer é o impacto ambiental que este novo modal traz, se comparado aos carros e motos que são movidos a combustão. Um carro de passeio pode emitir até 4,6 toneladas de CO₂ por ano, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. No ES, em 2024, foram registrados 755 mil carros e motos.

Este cenário representa uma oportunidade concreta: cidades que souberem adaptar infraestrutura e legislação para acomodar novos modais mais efetivos estarão mais bem posicionadas na disputa por talentos, investimentos e qualidade de vida.

Estratégia em gestão pública

Nesse sentido, a gestão pública deve atuar com visão estratégica — ouvindo a sociedade, promovendo debates qualificados e implementando uma Infraestrutura Urbana de Mobilidade Sustentável.

Ciclovias seguras, calçadas acessíveis e espaços públicos compartilhados não são apenas demandas sociais; são elementos que tornam a cidade mais atrativa para negócios, eventos e turismo.

Embora os desafios sejam significativos e as transformações contínuas, um ambiente urbano que valoriza o diálogo entre poder público, sociedade e setor produtivo cria as condições ideais para o desenvolvimento de cidades mais inteligentes. Além de inclusivas e preparadas para o futuro.

Por fim, investir em mobilidade urbana é investir na vitalidade econômica, na eficiência logística, na segurança e no bem-estar coletivo. Portanto, aspectos de interesse estratégico para todos que acreditam no potencial de crescimento e inovação do ambiente de negócios.

Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.

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