Artigo Ibef-ES

O capital que sustenta a inovação de verdade

Todos os anos, milhares de startups são criadas no Brasil, mas apenas uma pequena parte sobrevive aos primeiros anos

Foto: Freepik
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*Artigo escrito por Felipe Valfre, advogado e advisor de Capital para desenvolvimento de tecnologia e inovação, CEO Valfre Advogados e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Inovação e Tecnologia do Ibef-ES.

Todos os anos, milhares de startups são criadas no Brasil, mas apenas uma pequena parte sobrevive aos primeiros anos – e menos ainda consegue escalar. O problema não está na falta de boas ideias, e sim na ausência de estrutura capaz de sustentar a inovação que desenvolvem.

Todos os anos, milhares de startups são criadas no Brasil, mas apenas uma pequena parte sobrevive aos primeiros anos — e menos ainda consegue escalar. O problema não está na falta de boas ideias, e sim na ausência de estrutura capaz de sustentar a inovação que desenvolvem.

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Desenvolvimento de tecnologia

O custo de desenvolver tecnologia é alto, e quase sempre esse custo recai sobre o caixa da própria empresa. Salários, consultorias, softwares, protótipos, estrutura técnica, dedicação dos sócios. Tudo isso consome capital antes mesmo de entrar receita.

O que muita gente ainda não percebeu é que já existe capital estratégico disponível, pensado justamente para esse momento.

Recursos públicos que cobrem despesas reais de empresas que estão desenvolvendo, testando ou validando soluções inovadoras. E não se trata de qualquer incentivo.

Recurso disponível para custear folha de equipe técnica, contratação de especialistas, remuneração de sócios executores, aquisição de softwares ou implantação da estrutura que viabiliza a operação.

O Edital Nova Economia Capixaba, da FAPES, é um exemplo concreto dessa lógica. São R$ 40 milhões em recursos públicos não reembolsáveis, com até R$ 3 milhões por projeto. O foco é claro: apoiar empresas que estejam criando soluções com base sólida em tecnologia e inovação.

A proposta é simples e pragmática: usar capital público para resolver problemas concretos e ativar impacto econômico real.

Capital

Apesar disso, muitos negócios ainda deixam esse tipo de oportunidade passar. A distância entre o capital e quem dele precisa permanece significativa, em grande parte pela falta de clareza sobre o que pode — e vale a pena — ser financiado.

Além disso, muitas vezes falta estrutura para transformar boas intenções em propostas viáveis e, sobretudo, maturidade para acessar os recursos com consistência e entregar os resultados com segurança.

Inovação

Enquanto isso, negócios promissores seguem bancando sozinhos aquilo que poderia ser cofinanciado com apoio técnico e visão de longo prazo. É um esforço legítimo, mas que poderia ser compartilhado. E que, quando bem conduzido, acelera a inovação de forma estruturada e duradoura.

A inovação não se sustenta sozinha — e isso não é um desafio isolado. Trata-se de uma construção coletiva que exige articulação entre quem empreende, quem investe e quem fomenta.

É nesse ponto que o Estado entra como corresponsável, criando as condições para que o capital estratégico cumpra sua função. Quando bem utilizado, esse capital não apenas viabiliza o desenvolvimento da inovação, mas também sustenta a base que transforma promessa em entrega, tecnologia em resultado e ideia em impacto.

No fim das contas, não se trata apenas de captar recursos, mas de garantir que o sistema como um todo esteja pronto para operar com consistência, inteligência e propósito.

Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.

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Instituto Brasileiro de executivos de finanças - Espírito Santo

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