Artigo Ibef-ES

O mês para entender melhor o autismo e sua relevância social

Objetivo da data é promover conhecimento sobre autismo, bem como sobre as necessidades e os direitos das pessoas autistas

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Foto: Freepik
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*Artigo escrito por Juliana Frasson, empreendedora, consultora empresarial, mentora profissional e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Empreendedorismo e Gestão do Ibef-ES.

Dia 2 de abril é celebrado o Dia Mundial do Autismo. Data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007 e instituída como data comemorativa no Brasil pela Lei 13.652/2018.

Desta forma, no país, o dia 02/04 celebra o Dia Mundial e o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo. O objetivo da data é promover conhecimento sobre o espectro autista, bem como sobre as necessidades e os direitos das pessoas autistas.

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Transtorno do Espectro Autista

O TEA (Transtorno do Espectro Autista) refere-se a uma condição relacionada ao desenvolvimento cerebral do indivíduo, podendo afetar comunicação, linguagem, comportamento e interação social.

A classificação de “espectro” foi dada pela American Psychiatric Association (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição), em 2013, em virtude da larga variação de características e os diferentes graus de necessidade de suporte.

Atualmente, o TEA é classificado em três níveis distintos que refletem a necessidade de apoio do autista de outras pessoas para a realização de suas atividades cotidianas. São eles: nível 1 de suporte (pouca necessidade), nível 2 de suporte (necessidade moderada) e nível 3 (muita necessidade).

Estudos sobre TEA

O CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doenças, é uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, sediada na Geórgia. O nascimento de pessoas com TEA aumenta progressivamente ao longo dos anos. Em 2004, o número divulgado pelo CDC era de 1 a cada 166.

Em 2012, esse número estava em 1 para 88. Já em 2018, passou a 1 em 59, em contraponto com o número atual de 1 nascimento a cada 36 crianças.

Mesmo que não sejam dados produzidos por institutos brasileiros, o país utiliza os estudos do CDC como referência, devido à ausência de pesquisas concretas sobre a prevalência de casos no Brasil.

O estudo “Retratos do Autismo no Brasil em 2023“, realizado em setembro daquele ano pelas startups Genial Care e Tismoo.me registrou estimativa de 6 milhões de pessoas com TEA no Brasil.

Dados importantes foram coletados neste estudo, como, por exemplo as pessoas respondentes, 65% das pessoas respondentes se identificam com o gênero feminino, confrontando o mito de que a prevalência do TEA é maior entre homens.

Saúde mental e física

Sobre as condições de saúde mental e física e do dia a dia das pessoas autistas, 49,33% afirmam que possuem alguma doença crônica ou secundária que foi identificada junto ao diagnóstico de TEA, e 50% afirmam não ter acesso a recursos e suportes adequados para as suas necessidades autistas.

O suporte terapêutico é o principal recurso que pode viabilizar autonomia e qualidade de vida através de acompanhamento multidisciplinar promovido por médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e outros.

Ainda sobre o estudo, um dado alarmante foi pontuado. Pesquisas científicas apontam para um número 8 vezes maior na tentativa de suicídio feita por autistas em relação à população em geral.

7,26% dos autistas entrevistados já atentaram contra a própria vida. E, quando perguntados se algum familiar também já tentou, o número foi ainda maior, 17,29%. Trata-se de uma questão de saúde pública e que merece a devida atenção do governo e da sociedade.

Mercado de trabalho

Sobre a presença dos autistas no mercado de trabalho, 46,50% dos participantes do estudo trabalham em período integral, e 27,71% não têm atividades formais no momento. A questão vai além da responsabilidade social, pois fomentar ambientes verdadeiramente inclusivos e diversos revela-se benéfico para empresas e indivíduos.

Em famílias atípicas, as limitações impostas pela falta de informação sobre neurodivergência ainda são uma realidade vivida cotidianamente. Apesar disso, é notável a evolução já alcançada — e o potencial de avanços futuros é significativo, uma vez que a informação tem o poder de transformar e salvar vidas.

Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.

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Instituto Brasileiro de executivos de finanças - Espírito Santo

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