*Artigo escrito por Rovena Mariano Cabral, administradora, coordenadora do Comitê ESG da Cesan, gestora da Divisão de Contratos e Documentos da Cesan e líder do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do Ibef-ES.
O Espírito Santo vive um momento estratégico de expansão. O crescimento de polos logísticos, o aquecimento do mercado imobiliário e o avanço de empreendimentos em áreas rurais sinalizam um novo ciclo de desenvolvimento.
Contudo, para que esse progresso se traduza em transformação social concreta e duradoura, é essencial que esses investimentos estejam ancorados no “S” do ESG — a responsabilidade social.
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Empreendimentos e ações sociais
Empreendimentos que integram ações sociais desde a concepção de seus projetos ampliam significativamente seu impacto positivo. A priorização da contratação de mão de obra local, por exemplo, não apenas reduz custos operacionais e logísticos, mas gera emprego, renda e qualificação profissional para a população da região, fortalecendo o tecido econômico e social.
Polos logísticos instalados em regiões estratégicas, se articulados com instituições de ensino e programas de capacitação, tornam-se catalisadores de uma nova força de trabalho, conectada às demandas da indústria e do comércio.
O crescimento imobiliário, por sua vez, tem promovido nos últimos anos o adensamento urbano e o acesso à moradia digna. No entanto, é necessário que seja acompanhado por diálogo transparente com a comunidade, mitigação de impactos socioambientais e investimento em infraestrutura urbana.
A escuta ativa das lideranças locais é essencial para que as transformações geradas pelas obras não desestruturem comunidades, mas fortaleçam laços sociais e o sentimento de pertencimento.
Projetos inclusivos e sustentáveis
Nas áreas rurais e quilombolas, o desenvolvimento responsável exige sensibilidade cultural e compromisso com o território. Projetos que valorizam saberes locais, promovem inclusão produtiva e asseguram contrapartidas sociais e ambientais tornam-se exemplos de sustentabilidade integrada.
Aqui, o ESG se materializa como instrumento de governança que equilibra os interesses do investidor com as necessidades reais da população.
Incorporar o aspecto social do ESG à lógica de desenvolvimento é uma estratégia inteligente de mitigação de riscos, ganho reputacional e criação de valor.
No Espírito Santo, onde o potencial de crescimento se cruza com a diversidade de realidades locais, empreendimentos socialmente responsáveis têm o poder de moldar um futuro mais justo, inclusivo, resiliente e próspero.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.