*Artigo escrito por Fábio Pimenta, cirurgião plástico e médico do exercício, professor titular da UVV e do Instituto Paciléo em SP, membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Empreendedorismo e Gestão do Ibef-ES.
“Saúde não é tudo, mas tudo é nada sem saúde.” Atribuída a Sócrates, essa frase é um convite poderoso à reflexão — especialmente para líderes. Afinal, como conduzir times, tomar decisões estratégicas e inspirar pessoas sem vitalidade, clareza e bem-estar?
Filosofia e ciência caminham juntas nesse entendimento. A primeira, instiga a questionar o mundo e a nós mesmos.
A segunda, por meio do método científico, transforma perguntas em conhecimento prático, guiado por lógica, evidência e reprodutibilidade.
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É esse conhecimento que impulsiona a medicina moderna, que cada vez mais abandona o modelo reativo de tratar doenças para adotar uma abordagem preventiva, centrada na preservação da capacidade funcional.
Mas entre o saber técnico e as decisões do dia a dia estão as crenças — interpretações formadas desde cedo e que moldam a percepção da realidade. Um bom líder precisa reconhecê-las, pois elas podem tanto impulsionar quanto limitar.
Como Platão destacou, conhecimento verdadeiro é uma crença justificada. Ou seja: é necessário desafiar a crença, com base em evidências. Isso vale para liderar equipes… e para liderar a si mesmo.
Viver com vitalidade
A Organização Mundial da Saúde (OMS) compreendeu isso ao reformular o conceito de envelhecimento. Em parceria com centros de excelência, como a Vrije Universiteit Brussel, reconheceu que viver mais não basta — é preciso viver com vitalidade.
Essa vitalidade depende da harmonia entre metabolismo, força muscular, imunidade e resiliência ao estresse. E sua perda progressiva está diretamente ligada ao aumento de doenças crônicas e à perda de produtividade.
O envelhecimento populacional é inevitável. Porém, a perda de qualidade de vida não precisa ser.
A ciência propõe um novo modelo: medir, compreender e gerenciar nossa saúde antes que o declínio se instale. Líderes bem-sucedidos aplicam essa lógica todos os dias em seus negócios — por que não a aplicar também em si mesmos?
A COVID-19 escancarou o impacto da negligência com a saúde física e mental, mostrando o impacto perverso do isolamento e inatividade física sobre o declínio da vitalidade e saúde de todos, principalmente dos idosos.
Agora, a humanidade tem a oportunidade de agir com mais clareza. Autocuidado é uma competência de liderança. Vitalidade é um ativo. E só com saúde é possível sustentar grandes ideias, equipes e propósitos.
A pergunta é: o que você está fazendo hoje para cuidar da sua?
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.