*Artigo escrito por Dyego Frasson, advogado empresarial, especialista em ambientes de negócios e operações de M&A. Membro do Comitê qualificado de conteúdo de ESG do Ibef-ES.
Em 2025, a sustentabilidade corporativa se firmou como geradora de valor: entre as 500 maiores empresas, 78% atrelam parte da remuneração executiva a metas ESG.
65 % possuem comitês de sustentabilidade e, entre aquelas que adotam essa governança desde a década de 1990, observou-se, em média, um aumento de 12% de receita em relação ao setor e uma redução de 8% nos custos ao longo de cinco anos.
Leia também: Ausência de dados no Judiciário: uma análise ao relatório do STJ
No campo regulatório, a IFRS S2, em vigor desde janeiro de 2024, passou a exigir divulgação de riscos climáticos por mais de 20.000 empresas em 50 jurisdições. A CSRD ampliou de 11.000 para 50.000 o número de declarantes na UE em um ano. E, no Brasil, a Resolução CVM 193/2023 obrigou 300 empresas listadas a adotarem padrões internacionais, aumentando em 40% a transparência de seus indicadores ESG.
A economia circular avança rapidamente. Atualmente, 60% das indústrias de manufatura já implementaram ao menos um modelo de logística reversa. E cerca de 30% dos materiais usados são provenientes de fontes recicladas ou reutilizadas.
Estudos mostram que processos de produção com ciclo fechado de materiais geram, em média, uma economia de 15% no consumo de recursos e reduzem em 18% as emissões de gases de efeito estufa.
A biodiversidade ganhou peso estratégico. Dessa forma, mais de 320 organizações em 46 países comprometeram-se com as diretrizes da Taskforce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD), avaliando impactos e dependências em todas as suas cadeias de valor.
Necessidades de programas de sustentabilidade
Estima-se que 24% da receita global esteja em risco por degradação ambiental. O que, dessa forma, levou empresas de setores como agrícola e farmacêutico a investirem até 5% do seu orçamento anual em programas de restauração de ecossistemas e proteção de habitat.
No campo tecnológico, cerca de 70% das grandes corporações já utilizam ferramentas de inteligência artificial para monitorar em tempo real indicadores ESG. Realizando due diligence automatizada em fornecedores e gerando relatórios em minutos.
Plataformas baseadas em blockchain garantem a rastreabilidade de materiais críticos, assegurando que 40% dos minerais usados em processos de alta complexidade tenham origem comprovadamente sustentável.
Além disso, o mercado financeiro vinculou-se de forma decisiva aos critérios ESG. Hoje, cerca de 45% do capital sob gestão mundial (aproximadamente US$ 40 trilhões) adota esses padrões. E, em 2024, foram captados US$ 350 bilhões em “green bonds” e “sustainability-linked bonds”, “representam um crescimento de 25%”.
Investidores institucionais passaram a exigir que ratings ESG tenham o mesmo peso que o rating de crédito. E, aliás, 90% das agências já incorporam indicadores ambientais e sociais em suas avaliações.
Esse movimento demonstra que empresas que internalizam práticas sustentáveis — do reporte climático à preservação da biodiversidade, passando por economia circular e inovações digitais — não só cumprem obrigações regulatórias, mas também ampliam margens.
Além de, por fim, facilitam o acesso a recursos e fortalecem sua resiliência, beneficiando-se, ainda ,da preferência de 85% dos consumidores por marcas responsáveis.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.