
*Artigo escrito por Hugo Paradella, economista, coordenador financeiro, membro do Ibef Academy e do comitê qualificado de conteúdo de economia e finanças do Ibef-ES.
O termo “jogo” é muito familiar a muitas pessoas. Todos os dias nas redes sociais ou em programas de televisão são veiculadas reportagens sobre jogos de futebol, basquete, vôlei e até mesmo jogos de azar, como nova onda das bets.
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Da mesma forma, é difícil encontrar uma pessoa que pelo menos uma vez na vida não tenha experimentado jogar xadrez, dama ou mesmo baralho. O termo jogo, no contexto econômico, deixa de ser associado a lazer para se tornar uma importante ferramenta de análise econômica.
A teoria dos jogos
Inúmeras situações econômicas se comportam como jogos, da forma como o público costuma conhecê-los. Suponha que num determinado bairro exista apenas uma padaria, e você, por exemplo, pretende explorar também este negócio.
Assim, na decisão de entrar no mercado de padaria, você pode dar início a uma verdadeira guerra de preços, já que a outra pessoa que até então monopoliza o segmento naquela região tentará manter sua posição, podendo, portanto, baixar preços para inviabilizar o acesso do concorrente.
Pensando nisso, até que ponto vale a pena você entrar nesse mercado? Esse é apenas um exemplo de situação econômica, dentre vários outros possíveis, que podem ser analisados de acordo com a “teoria dos jogos”.
A “teoria dos jogos” estuda como as pessoas tomam decisões em situações de interação. Embora originada na matemática, não se restringe a ela, sendo também bastante utilizada em economia, ciência política, sociologia, estratégia militar, dentre outras.
Trata-se de um modelo teórico que descreve as interações entre agentes racionais em contexto de interdependência, muito útil para analisar cenários de competição ou cooperação.
Em termos práticos, funciona como um instrumento para entender qual a melhor estratégia possível diante de múltiplos interesses dos jogadores.
No campo das finanças e dos negócios, a teoria traz grandes benefícios quando aplicada corretamente. Quando bem utilizada, permite modelar o comportamento estratégico de agentes econômicos em mercados concorrenciais.
Estratégias
De forma objetiva, as empresas possuem diversas alternativas que impactam diretamente sua capacidade de gerar valor. Algumas conseguem crescer até dominar o mercado, concentrando boa parte do market share.
No entanto, para que isso aconteça, é necessário adotar uma estratégia dominante, ou seja, uma linha de ação que leve à maximização dos resultados independentemente das reações dos concorrentes.
Em resumo, a Teoria dos Jogos pode ajudar a entender melhor os movimentos do mercado e das empresas, como se cada decisão fizesse parte de uma grande partida estratégica.
Em um mundo cada vez mais competitivo e conectado, pensar estrategicamente deixou de ser um diferencial, virou uma necessidade.
É nesse contexto que a aplicação de teoria se torna tão valiosa, uma vez que ela dá ferramentas para antecipar cenários, minimizar riscos e tomar decisões mais inteligentes.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.