Mais de 70 mil capixabas pagaram dívidas atrasadas e a inadimplência caiu no Estado. Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio, mostram que o percentual de consumidores com contas atrasadas recuou para 33,3% em agosto.
Os dados representam uma redução de 0,1 ponto percentual em relação a julho e 1,7 ponto em relação ao mesmo período do ano passado. A dívida média dos consumidores capixaba é de R$ 5.904,37.
Esse movimento representa cerca de 70 mil pessoas que conseguiram sair do vermelho no último ano, retomando o acesso ao crédito e fortalecendo o consumo no comércio capixaba.
O levantamento é do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo). Os dados tomaram base na Peic, da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
“A queda na inadimplência tem efeito direto na economia: amplia a intenção de compra das famílias e impulsiona as vendas do comércio”. A avaliação é de André Spalenza, coordenador do eixo Observa do Connect Fecomércio-ES.
Levantamento de dados
O levantamento aponta ainda que as dívidas em atraso com mais de 90 dias seguem como o maior desafio, representando 55,3% do total entre as famílias de menor renda, até 10 salários mínimos, o que equivale a 15.180 famílias, e 52,4% entre as de maior renda, o que eleva o custo do endividamento.
Apesar disso, houve um leve avanço na capacidade de pagamento: 45,3% das famílias de menor renda dizem que conseguirão quitar total ou parcialmente suas dívidas em atraso no próximo mês, frente a 45% em julho.
A trajetória é positiva também quando se observa o nível de endividamento, ou seja, a proporção de famílias que possuem algum tipo de dívida. Esteja ela em dia ou não: em agosto, o índice recuou para 87,4%, abaixo dos 90,7% registrados no mesmo mês do ano passado.
Ainda assim, nas famílias com renda de até 10 salários mínimos, 52% das dívidas são de curto prazo (até seis meses) e 48% de longo prazo (mais de seis meses). Enquanto entre as de maior renda as dívidas de curto prazo representam 54,2% e as de longo prazo 45,8%.
Além disso, na renda comprometida, ou no caso, a renda destinada mensalmente para pagamento de contas fixas, quase metade das famílias (48,7%) de menor renda destinam de 11% a 50% da renda mensal para dívidas. Entre as de maior renda predomina o comprometimento de até 10% (44,5%), evidenciando maior folga financeira.
A pesquisa completa, com os dados detalhados, está disponível no site da pesquisa.