Economia

Indicadores mostram reação da atividade, interferindo na arrecadação, diz Receita

Indicadores mostram reação da atividade, interferindo na arrecadação, diz Receita Indicadores mostram reação da atividade, interferindo na arrecadação, diz Receita Indicadores mostram reação da atividade, interferindo na arrecadação, diz Receita Indicadores mostram reação da atividade, interferindo na arrecadação, diz Receita

Brasília – A reação positiva da atividade econômica demonstrada pelos indicadores tem ajudado o resultado da arrecadação, disse nesta sexta-feira, 24, o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias. Como a indicação é de que essa trajetória de retomada continuará até o fim de 2017, a expectativa é que a arrecadação continue subindo.

“Como a indicação é que a trajetória de recuperação irá até o final do ano, então os resultados da arrecadação tendem a se manter nesse ritmo”, disse Malaquias, em referência ao desempenho das receitas por conta da atividade econômica. Sem contabilizar efeitos não recorrentes como o Refis (parcelamento de débitos tributários), a alta das receitas no ano já chega a 1,46% acima da inflação.

A expectativa é que esse desempenho favorável continue pelo menos até o final deste ano e o início de 2018. “Os indicadores sinalizam retomada da economia. Grande parte dos tributos estão vinculados ao consumo e à atividade industrial. Esses indicadores estando positivos, certamente a arrecadação permanecerá positiva”, disse.

O representante da Receita destacou que há crescimento no pagamento de Imposto de Renda pelas empresas, o que é um bom sinal, assim como o avanço de 19,41% na arrecadação de Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em outubro.

A receita previdenciária, por sua vez, cresceu 4,96% acima da inflação em outubro ante igual mês do ano passado, o que sinaliza a retomada do nível de emprego, disse Malaquias.

IRPJ e CSLL

O crescimento do recolhimento de IRPJ e CSLL por estimativa mensal é visto pela Receita Federal como um sinal de que o faturamento das empresas brasileiras está crescendo. Em outubro, essas receitas avançaram 7,54% acima da inflação. O desempenho positivo, porém, não atinge empresas do setor financeiro, que continuam pagando menos tributos nas estimativas mensais em relação a 2016.

Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, as empresas do setor financeiro acabaram antecipando nas estimativas do ano passado valores que a Receita esperava recolher neste ano. “Elas anteciparam o valor que deveria ser recolhido no ajuste anual. Mas isso é fluxo, em razão da forma de arrecadação”, disse.

No caso das demais empresas, o aumento foi comemorado. “Isso é boa notícia, o faturamento das empresas está crescendo”, afirmou Malaquias.

Refis

Embora o programa de parcelamento de débitos tributários, o Refis, já tenha injetado R$ 16,131 bilhões nos cofres federais até outubro, o valor não desconta o efeito negativo das migrações de contribuintes que estavam em programas passados e também sobre a arrecadação corrente de tributos, alertou o chefe da Divisão de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Gomide.

Quando são expurgados esses efeitos, o impacto líquido em arrecadação com o programa fica menor. É daí que vem a projeção de receitas de R$ 7,57 bilhões que consta no Orçamento desde a publicação do relatório e avaliação de receitas e despesas do 5º bimestre, divulgado na sexta-feira passada.

“A projeção de receitas (no Orçamento) considera o efeito líquido de parcelamentos, levando em conta aquilo que recebe e também aquilo que deixa de receber, e projeta novembro e dezembro”, explicou Gomide. Segundo ele, embora a arrecadação neste e no próximo mês deva ser “boa”, ela ainda ficará abaixo do que foi projetado inicialmente.

Os pagamentos em novembro e dezembro devem ser menores porque o Congresso Nacional reduziu o valor da entrada a ser paga pelos menores devedores ainda este ano, de 7,5% para 5% da dívida. Quem fez a adesão pelo porcentual maior poderá descontar a diferença das parcelas a serem pagas neste fim de ano – daí a diminuição na expectativa de arrecadação.

No caso das migrações, a Receita já identificou uma queda de 26,33% no fluxo de pagamentos de parcelamentos especiais anteriores. Entre janeiro e outubro de 2016, o valor arrecadado havia ficado em R$ 16,404 bilhões. Agora, passou a R$ 11,066 bilhões, já efeito das novas adesões.

Claudemir Malaquias lembrou ainda que todos os valores tratados no balanço da arrecadação bruta do Refis (R$ 16,1 bilhões) ou na expectativa de receita líquida com o programa (R$ 7,57 bilhões) não descontam as transferências a Estados e municípios.