Economia

Indicadores sugerem continuidade de recuperação desigual entre setores, afirma BC

O Banco Central repetiu, por meio do RTI, que os choques inflacionários atuais são temporários

Indicadores sugerem continuidade de recuperação desigual entre setores, afirma BC Indicadores sugerem continuidade de recuperação desigual entre setores, afirma BC Indicadores sugerem continuidade de recuperação desigual entre setores, afirma BC Indicadores sugerem continuidade de recuperação desigual entre setores, afirma BC
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Banco Central (BC) reafirmou nesta quinta-feira, 17, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que os indicadores recentes sugerem a continuidade, no Brasil, da recuperação desigual entre os setores econômicos. Conforme o BC, isso está como o esperado.

“Contudo, prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais”, afirmou o BC. Essas ideias já haviam sido expressas em documentos recentes do BC, como a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada na terça-feira.

Ao avaliar o nível de preços no Brasil, o BC reafirmou que “diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária”.

Choques inflacionários

O Banco Central repetiu, por meio do RTI, que os choques inflacionários atuais são temporários. Ao mesmo tempo, a instituição projetou inflação ainda elevada em dezembro.

“As últimas leituras de inflação foram acima do esperado e, em dezembro, apesar do arrefecimento previsto para os preços de alimentos, a inflação ainda deve se mostrar elevada, com coleta extraordinária de preços de mensalidades escolares e transição para o mais elevado patamar de bandeira tarifária de energia elétrica”, registrou o BC. “Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução com atenção, em particular as medidas de inflação subjacente.”

Fechamento de empresas

O Banco Central publicou, no RTI, um boxe que busca avaliar a dinâmica de fechamento de empresas no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Uma das conclusões é de que, até o momento, não houve encerramento permanente de firmas de forma disseminada na economia.

Conforme o BC, os dados apresentados no boxe “indicam que o processo de reabertura de empresas apontado pela Pesquisa Pulso Empresa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem continuado desde agosto nos segmentos mais diretamente afetados pelo distanciamento social”.

Cenário externo

No RTI agora divulgado, o Banco Central reafirmou que, “no exterior, a ressurgência da pandemia em algumas das principais economias tem revertido os ganhos na mobilidade e deverá afetar a atividade econômica no curto prazo”. Esta avaliação já constou na ata do último encontro do Copom.

“No entanto, os resultados promissores nos testes das vacinas contra a Covid-19 tendem a trazer melhora da confiança e normalização da atividade no médio prazo”, pontuou o BC. “A presença de ociosidade, assim como a comunicação dos principais bancos centrais, sugere que os estímulos monetários terão longa duração, permitindo um ambiente favorável para economias emergentes.”