Economia

Inflação na meta, só em 2017, sinaliza relatório do Banco Central

Inflação na meta, só em 2017, sinaliza relatório do Banco Central Inflação na meta, só em 2017, sinaliza relatório do Banco Central Inflação na meta, só em 2017, sinaliza relatório do Banco Central Inflação na meta, só em 2017, sinaliza relatório do Banco Central

Brasília – Apesar do discurso do Banco Central de levar a inflação para o centro da meta em 2016, as novas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) reveladas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quarta-feira, 24, pelo Banco Central, apontam a convergência para 4,5% somente na metade do ano de 2017.

A trajetória consta no cenário de referência elaborado pelo BC. Nas projeções do cenário de mercado, a convergência para a meta de 4,5% ainda não apareceu. O BC prometeu no relatório chegar à meta no final de 2016. Mas no mercado, as expectativas são de que a convergência só acontecerá em 2017.

O BC levou para o RTI as expressões “determinação” e “perseverança”, que tinham sido citadas pelo presidente da instituição, Alexandre Tombini, em audiência no Congresso, e que agitaram o mercado financeiro no dia da divulgação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) por estarem no documento. No RTI, o colegiado voltou a destacar os efeitos da ocorrência de um processo de realinhamento entre preços administrados e preços livres e entre preços domésticos e preços internacionais.

“O Comitê reafirma que uma das funções da política monetária é fazer com que os efeitos desses realinhamentos sobre a inflação se circunscrevam ao curto prazo e não se transmitam para horizontes mais longos”, trouxe o documento. De acordo com o colegiado, o fato de a inflação atualmente se encontrar em patamares elevados reflete, em grande parte, os efeitos desses realinhamentos, mais uma vez enfatizados como “importantes e necessários”.

O BC também atribuiu a esses ajustes a alta da inflação no curto prazo, que, segundo a autoridade monetária, tende a permanecer elevada em 2015, “necessitando determinação e perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais longos”. Ao mesmo tempo em que reconhece que esses ajustes de preços relativos têm impactos diretos sobre a inflação, o colegiado reafirmou sua visão de que a política monetária “pode e deve” conter os efeitos de segunda ordem deles decorrentes, para circunscrevê-los a 2015.

‘Vigilante’

O BC voltou a chamar a atenção para que a política monetária deve se manter vigilante. O termo “vigilante” constava na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e foi incluído hoje também no RTI ação de junho. No relatório de março, não havia referência ao termo “vigilante”. O BC reforçou no relatório divulgado hoje que o cenário de convergência da inflação para 4,5% no final de 2016 tem se fortalecido. O banco repetiu que os avanços alcançados no combate à inflação, no entanto, ainda não se mostram suficientes.

O BC disse ainda que a demanda agregada tende a se apresentar moderada no horizonte relevante para a política monetária. Para o BC, o consumo das famílias deve se estabilizar devido a fatores como emprego, renda e crédito; de outro, o financiamento imobiliário, a concessão de serviços públicos e a ampliação da renda agrícola, entre outros, tendem a favorecer os investimentos. As exportações devem ser beneficiadas pelo cenário de maior crescimento de importantes parceiros comerciais e pela depreciação do real.

O BC reforça ainda a avaliação de que decisões futuras de política monetária serão tomadas para a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN, ao final de 2016.