Economia

Investimento deve seguir em queda pelo menos até 1º tri de 2016, diz Roubini

Também no segundo trimestre de 2015, os investimentos registraram queda de 8,1% ante os três meses anteriores, o maior recuo desde o primeiro trimestre de 1996

Investimento deve seguir em queda pelo menos até 1º tri de 2016, diz Roubini Investimento deve seguir em queda pelo menos até 1º tri de 2016, diz Roubini Investimento deve seguir em queda pelo menos até 1º tri de 2016, diz Roubini Investimento deve seguir em queda pelo menos até 1º tri de 2016, diz Roubini
Economista prevê que os investimentos devem continuar em queda no Brasil pelo menos até o primeiro trimestre de 2016 Foto: Estadão Conteúdo

São Paulo – Com a recessão econômica derrubando a confiança do empresário brasileiro e a incerteza política afugentando o capital estrangeiro, os investimentos devem continuar em queda no Brasil pelo menos até o primeiro trimestre de 2016. A aposta é da consultoria norte-americana Roubini, do economista Nouriel Roubini, que ficou famoso por prever a crise financeira internacional iniciada em 2008.

Em relatório enviado a clientes, a consultoria destaca alguns aspectos que dão suporte a essa previsão: as condições financeiras estão mais apertadas, com o aumento das taxas de juros (a consultoria prevê cortes nos juros em 2016, com a Selic caindo de 14,25% para 12,75%); o alto nível de endividamento das empresas; a baixa utilização da capacidade da indústria; e as implicações dos cortes de investimentos da Petrobras e do setor de energia como um todo.

Enquanto isso, “o consumo das famílias deve continuar baixo por um período prolongado, em meio a uma deterioração do mercado de trabalho”, diz o documento. No segundo trimestre deste ano, a taxa de desemprego medida pelo IBGE subiu a 8,6%, a maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em janeiro de 2012.

Também no segundo trimestre de 2015, os investimentos registraram queda de 8,1% ante os três meses anteriores, o maior recuo desde o primeiro trimestre de 1996. Com isso, a taxa de investimento em relação ao PIB ficou em 17,8% no período, abaixo do patamar observado em igual período do ano anterior, de 19,5%.

As projeções da Roubini para o PIB brasileiro são de retração de 2,70% neste ano e de 0,65% no ano que vem. “A recessão vem se aprofundando e a incerteza política continuará indeterminando a confiança dos empresários e dos consumidores, o que significa que a demanda doméstica continuará reduzida pelo menos pelo resto deste ano”, afirma.