Economia

IPCA de maio reforça discurso duro do BC, avalia Besi Brasil

IPCA de maio reforça discurso duro do BC, avalia Besi Brasil IPCA de maio reforça discurso duro do BC, avalia Besi Brasil IPCA de maio reforça discurso duro do BC, avalia Besi Brasil IPCA de maio reforça discurso duro do BC, avalia Besi Brasil

Ribeirão Preto – O economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, avaliou nesta quarta-feira, 10, que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio, de 0,74%, “surpreendeu com um desvio muito acima das nossas projeções (de 0,60%)”, refletindo a percepção de uma dinâmica inflacionária ruim. “Isso reforça o discurso duro do Banco Central de se manter vigilante com a inflação na política monetária”, explicou Serrano.

Segundo ele, apesar da surpresa negativa, a alta do IPCA de maio foi puxada por fatores pontuais, principalmente alimentação em domicílio, com alta de 1,60%, ante uma expectativa de 1%. Cebola, tomate, cenoura e ainda carnes, esse último item com uma alta considerável de 2,3% em maio, segundo Serrano, foram os destaques negativos. Para ele, até mesmo os cereais tiveram uma desaceleração menor que o esperado e não contribuíram para segurar o indicador do mês passado.

Outro fator pontual que impactou a inflação em maio foi a alta de 2,77% na energia elétrica, ante aumento de 0,80% esperado pelo Besi Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além dos reajustes na energia em regiões do Nordeste, um fator que contribuiu para pressionar o indicador foi o reajuste do PIS/Cofins da energia elétrica em 529,25% na região de Vitória (ES). “Mudanças de PIS/Cofins como essas são difíceis de monitorar”, ressaltou Serrano.

A média dos núcleos do IPCA de maio ficou em 0,68%, segundo cálculos do Besi Brasil, perto dos 0,66% esperado, o que, no entanto, ainda é muito elevado na opinião do economista. Serrano espera que o IPCA de junho fique entre 0,50% e 0,55% e que uma desaceleração esperada para entre maio e junho possa ocorrer entre julho e agosto, por conta da queda nos preços de alimentos que subiram com força até agora. Para 2015 a inflação deve fechar entre 8,5% e 9%.