Economia

Juros prejudicam compra de bens duráveis, diz CNC

Juros prejudicam compra de bens duráveis, diz CNC Juros prejudicam compra de bens duráveis, diz CNC Juros prejudicam compra de bens duráveis, diz CNC Juros prejudicam compra de bens duráveis, diz CNC

Rio – Os juros ainda elevados ao consumidor prejudicaram o ímpeto de compra de bens de consumo duráveis na passagem de março para abril, mas a tendência é de recuperação gradual, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

“A taxa de juros ainda está muito alta, e o endividamento das famílias permanece elevado, o que dificulta a compra desse tipo de bens”, explicou Juliana Serapio, assessora econômica da CNC.

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,5% em abril ante março, marcando 77,8 pontos em uma escala de 0 a 200. Na comparação com abril do ano passado, entretanto, houve um aumento de 6,2%, a segunda variação positiva consecutiva.

O mesmo movimento ocorreu no componente da pesquisa que mede o momento para a compra de bens duráveis, que registrou 50,8 pontos em abril, uma queda de 3,8% em relação a março, embora tenha mostrado aumento de 14,1% ante igual período de 2016.

“A tendência é de recuperação, mas muito gradual, muito leve. Há uma pequena retomada na intenção de consumo, mas que só vai ser perceptível mesmo com a recuperação da geração de vagas no mercado de trabalho”, avaliou Juliana.

Na comparação com igual período do ano passado, a confiança das famílias mantém uma trajetória positiva, puxada principalmente pela melhora das expectativas. “O resultado está em linha com os outros índices de confiança de outras instituições, como a Fundação Getulio Vargas, por exemplo”, defendeu a economista.

Segundo ela, a sensação de arrefecimento da inflação já é percebida pelo consumidor, ao mesmo tempo em que a liberação do saque de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ajuda a melhorar o ímpeto de compras.

“A perspectiva de receber esse dinheiro já anima quem quer comprar. Embora algumas pesquisas mostrem que a maioria planeje usar esse recurso do FGTS para quitar dívidas, essa redução no endividamento já desafoga o orçamento das famílias”, justificou Juliana.