Economia

Líder do governo diz que Afif negocia ampliação do Supersimples para 2017

Líder do governo diz que Afif negocia ampliação do Supersimples para 2017 Líder do governo diz que Afif negocia ampliação do Supersimples para 2017 Líder do governo diz que Afif negocia ampliação do Supersimples para 2017 Líder do governo diz que Afif negocia ampliação do Supersimples para 2017

Brasília – O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse nesta terça-feira, 1, a deputados do PT que o ministro da Micro e Pequena Empresa, Afif Domingos, está negociando com o Congresso para que a ampliação do Supersimples passe a valer somente a partir de 2017.

O texto que amplia os benefícios do regime deveria ter sido votado na semana passada, mas após desentendimento entre os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Afif Domingos, o governo conseguiu fazer a votação ser adiada para esta terça-feira.

O Supersimples, ou Simples Nacional, é um regime tributário especial que permite o pagamento, em uma única guia, de oito impostos. Atualmente, a empresa pode faturar até R$ 3,6 milhões por ano para participar do programa. Com a mudança defendida por Afif, o teto passa para até R$ 14,4 milhões.

Afif é defensor do projeto. Na semana retrasada, esteve no Congresso articulando para que a votação ocorresse na semana passada. Em jantar na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), explicou a proposta a vários líderes, por celular.

O ministro titular de uma das pastas que deve ser cortada na reforma administrativa anunciada pelo governo divulgou um impacto de R$ 3,9 bilhões por ano, compensados, segundo ele, pela falta de correção da tabela do Simples Nacional pela Receita Federal (R$ 1,9 bilhão) e pelo aumento da formalização (R$ 2 bilhões).

No início da semana passada, no entanto, a Receita Federal divulgou relatório em que estima um impacto anual muito maior – R$ 11,43 bilhões.

Afif foi chamado para conversar com a presidente Dilma Rousseff e não escondeu sua irritação, divulgando nota contrária à posição adotada pelo governo.

Para Guimarães, não há divergências quanto ao mérito do texto. “O problema é o timing”, disse o líder do governo aos deputados petistas.

Vetos

José Guimarães disse aos seus correligionários que as atenções do governo nesta semana estão voltadas para a sessão do Congresso prevista para esta quarta-feira, 2. Serão analisados 26 vetos presidenciais, entre os quais aqueles ao texto que estende a correção do salário mínimo às aposentadorias, à proposta que altera o fator previdenciário e a que trata do aumento aos servidores do Judiciário, principal motivo de preocupação do Planalto. “Um passo em falso amanhã desconstrói a casa que começamos a construir”, disse o líder.

O reajuste aos servidores do Judiciário gera despesa de R$ 25,7 bilhões até 2018. Pelas contas do Ministério do Planejamento, a aprovação da medida significa custo adicional de R$ 1,5 bilhão em 2015, R$ 5,3 bilhões em 2016, R$ 8,4 bi em 2017 e R$ 10,5 bi a partir de 2018. “É o veto mais delicado e de maior impacto”, disse Guimarães, para quem este é um “aumento fora da realidade econômica do País”.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que chegou hoje à reunião da bancada do PT logo em seguida fez coro com o líder do governo, afirmando que o aumento é “explosivo”. “É um reajuste excessivo”, afirmou. “Este reajuste é incompatível com a situação fiscal do Brasil”, disse o ministro.