Riguel Chieppe: “O maior desafio é sempre o próximo que virá”

Membro do Conselho da Vix Logística e vice-presidente do Grupo Águia Branca – Divisão Comércio, Riguel Chieppe é formado em Administração de Empresas com MBA pela Northwestern Kellogg, nos Estados Unidos. Riguel tem em seu currículo diversas passagens por entidades de classe do setor de transporte e veículos.

No Grupo Águia Branca, iniciou suas atividades em 1983 nos setores de Recursos Humanos e Financeiro, passou por funções de gerência e diretoria e, em 1993, assumiu a área de concessionária de comércio de veículos do GAB, que inclui as marcas Mercedes-Benz, Jaguar, Land Rover, Jeep, Chrysler, Dodge, Ram, Toyota e Lexus.

 

Você foi eleito líder no seu segmento de atuação por votação popular. A que atribui sua vitória? Por que as pessoas o elegeram líder?

Para mim, o fato de trabalhar há muito tempo na presidência do Sindicato das Concessionárias e Distribuidores de Veículos do Espírito Santo (Sincodives), executando um trabalho classista para as marcas que a gente representa e no próprio sindicato, defendendo os interesses da categoria. As pessoas podem ver essa atuação e considerar que o trabalho está indo ao encontro delas. Lá, procuramos colocar sempre em prática o que a maioria dos membros acredita, então, acredito que parte deles tenha gostado e houve esse reconhecimento.

 

Qual seu conceito de liderança?

Eu acredito que, entre outras coisas, lidera-se pelo exemplo. E a liderança se faz com muita conversa, mais escutando do que falando. Dessa forma, a gente alinha  os pontos. Quando se representa uma associação e classe, liderando uma categoria, tem sempre assuntos que divergem. O negócio é focar naqueles que beneficiam todos e ser bem transparente e justo, para que as pessoas se sintam representadas por você, ter a empatia de ouvir e escolher as melhores opções para todo o grupo que está sendo representado.

 

Por que é importante ter uma liderança positiva e como praticá-la?

A liderança positiva existe para construir um mundo melhor. Não dá para fazer isso sozinho, então, é importante ouvir diferentes pontos de vista para conseguir fazer isso da melhor forma possível. Basicamente, é preciso escutar, alinhar, conduzir essas propostas e tentar implementá-las.

 

Na sua avaliação, como é possível encontrar o equilíbrio e desenvolver uma liderança mais humana, capaz de engajar pessoas?

Para mim, não existe liderança humana ou desumana. Tem liderança. E a liderança tem que levar em conta os seres humanos que estão ali; não existe outra forma. Liderança humana é enxergar as diferenças e aquilo que nos une e construir melhorias para todos. Essas questões têm que ser levadas em consideração.

 

Quais comportamentos e habilidades precisam estar mais desenvolvidos no líder?

A capacidade de ouvir, ter empatia, se colocar no lugar do outro, fazer boas perguntas e ter a disciplina de fazer uma boa execução dos trabalhos. Senão, a liderança não se sustenta; torna-se só uma conversa vazia.

 

Qual o papel do líder para a garantia da diversidade na companhia?

A minha posição pessoal é de que a diversidade deve ser promovida sempre escolhendo os melhores, sem preconceito. Se a pessoa escolhida será alguém negro, hispânico, oriental, mulher, homem ou um senhor de idade, isso não importa. O ideal é fazer um processo que foque no melhor, independentemente de credo, raça, gênero, entre outras coisas.

 

A quais outras pautas e temas o líder precisa estar atento nos dias atuais?

Praticamente todas. Como líder, a gente acaba sendo chamado para discussões mais diversas. Precisamos estar bem informados sobre tudo para estarmos sintonizados com muitas coisas. E, é lógico, a habilidade de saber perguntar e estar cercado de pessoas competentes e com bom senso.

 

Quais foram seus maiores desafios e conquistas até hoje enquanto líder?

O maior desafio é sempre o próximo que virá. Depois que você supera o que já foi feito, a coisa fica dominada. O que vem pela frente é sempre mais desafiador. Para mim, a maior conquista no mundo empresarial é ser uma pessoa melhor e construir um mundo melhor. Caso contrário, nada disso vale a pena.

 

Qual é, para você, o futuro da liderança? Que habilidades precisa ter o líder do futuro?

De um lado, temos cada vez mais lideranças e, ao mesmo tempo, tem quem diga que há uma escassez de profissionais bem preparados. Por isso, para enfrentar os desafios que virão, acho que no futuro o mundo vai precisar de líderes que sejam excelentes ouvintes, inteligentes, com bom humor, empatia, senso crítico e capacidade de se comunicar.

 

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