Sérgio Tristão: “Para se sobressair, é preciso colocar-se na frente, qualquer que seja o risco”

O empresário Sérgio Giestas Tristão é economista formado pela PUC do Rio de Janeiro. É presidente da fabricante de café solúvel Realcafé e da exportadora Tristão. O Grupo Tristão é uma empresa de referência na gestão qualidade, gestão de processos, segurança de alimentos, controle de pureza dos cafés e fabricação de produtos que atendem às normas islâmicas e judaica.

 

Você foi eleito líder no seu segmento de atuação por votação popular. A que atribui sua vitória? Por que as pessoas o elegeram líder?

Acredito que a história da empresa tem uma responsabilidade muito grande no meu destaque perante outros líderes. São 86 anos de história. Atuamos em exportação de café desde 1960, são praticamente 62 anos atuando no mercado externo. A partir de 1970, começamos a exportação do café solúvel, com a Realcafé, única empresa de café solúvel do Espírito Santo. Essas referências que me colocaram numa posição de destaque.

 

Qual seu conceito de liderança?

Liderança é você estar à frente de uma equipe e fazer com que o ambiente formado por ela determine o sucesso da empresa, o sucesso da jornada.

 

Por que é importante ter uma liderança positiva e como praticá-la?

Eu não acredito na existência de uma liderança negativa. O líder, por natureza, tem que ser positivo. Ele tem que estar à frente e acreditar no que está fazendo para motivar as pessoas que estão com ele a se engajarem e caminharem com o mesmo objetivo. Ser positivo é condição sine qua non para a liderança.

 

Na sua avaliação, como é possível encontrar o equilíbrio e desenvolver uma liderança mais humana, capaz de engajar pessoas?

O líder nato se sobrepõe pelos exemplos e, muitas vezes, pelo discurso. Nunca você vai encontrar um líder que seja ditatorial e não reconheça a capacidade das pessoas que estão com ele. No meu conceito, é importantíssimo que você reconheça a capacidade das pessoas que estão com você, e cada um pode ser melhor do que você em um item. Disso se faz um líder. Por isso que ser líder, no aspecto humanista, é respeitar as diferenças das pessoas. Isso é fundamental para o sucesso da liderança.

 

Quais comportamentos e habilidades precisam estar mais desenvolvidos no líder?

Sempre que se fala em líder, eu penso em um personagem que, na minha opinião, foi uma das maiores lideranças da história da humanidade, que foi Alexandre, o Grande. Ele conquistou um império quase do tamanho do mundo conhecido, vamos dizer assim. Ele estava permanentemente junto dos seus soldados e, em toda batalha, ele estava na frente. Para se sobressair, é preciso tomar a iniciativa de colocar-se na frente em qualquer que seja a atitude, qualquer que seja o risco.

 

A quais outras pautas e temas o líder precisa estar atento nos dias atuais?

Hoje, principalmente a estas três letras: ESG. Os líderes natos e as companhias bem sucedidas já vinham se preocupando com isso, independentemente de as letras se tornarem conhecidas, antecipando o que a sociedade iria cobrar e o mercado, demandar.

Quais foram seus maiores desafios e conquistas até hoje enquanto líder?

Meu maior desafio foi em 1988, com 32 anos, quando meu pai me passou o comando da Tristão Companhia de Comércio Exterior. Eu assumi uma empresa que já tinha mais de 50 anos, uma empresa que já vinha com uma história de liderança no mercado de exportação. Hoje posso olhar para trás e ver que muito mais poderia ser feito, mas que muita coisa foi realizada e tivemos sucesso nessa caminhada.

 

Qual é, para você, o futuro da liderança? Que habilidades precisa ter o líder do futuro?

O que diferencia o líder do passado, do presente e do futuro são os instrumentos que cada um deles têm à disposição.

 

 

 

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